A origem histórica dos Cavaleiros Rosa Cruz não é difícil de ser precisada. Não existiu jamais uma Ordem de tais cavaleiros fora da maçonaria. Trata-se pura e simplesmente de mais um grau da sociedade secreta, cuja origem não vai mais além que o século XVII.
O símbolo da Rosa-Cruz, no sentido cristão, remonta aos tempos das Cruzadas. O Abade V. Danvin (1) comenta o relato do canonista Brou acerca da armadura de São Jorge, na catedral de Chartres.
(1) Revue Littéraire: suplemento do diário “L’Univers” de novembro de 1891.
“Ele está vestido e armado – diz – como São Theodor, sem mais diferenças que seu escudo que em vez de estar flordelizado no campo, é totalmente unido. A cruz esculpida na superfície trás uma linda rosa no centro; não restam mais que alguns fragmentos de seu estandarte.”
O Abbé Danvin acrescenta esta observação: “Uma vez que o escudo apresenta o sinal distintivo de cada cavaleiro, é claro que nos encontramos diante de São Jorge rosa-cruz. A rosa no centro da cruz recorda Cristo crucificado, que com cor púrpura de seu sangue purifica o mundo e o vai vivificar. ‘Respice rosam passionis sanguinae’, como diz São Bernardo, o legislador dos Cavaleiros do Templo, cuja piedosa e sublime poesia passou para a liturgia da Igreja, no Ofício das Cinco Chagas. Foi talvez deste escudo de São Jorge, patrono dos exércitos ingleses, que a Inglaterra tirou suas duas rosas, a branca e a vermelha, tão tristemente célebres durante o século XV, pleno de guerras fratricidas? Seja como for se pode bem afirmar que Lutero, esse triste cavaleiro do inferno, que pretendia sê-lo de Cristo e reformar Sua Igreja, usava em seu selo ‘uma rosa arrematada por uma cruz’ (1) sendo daqui que seus discípulos, entregues a um deísmo e a um naturalismo cujos germes foram semeados por ele, tiraram o nome tão famoso depois nos anais da apostasia e da depravação, de Rosa – Cruz”.
(1) Cit. em Villers: “Essai sur l’espirit de la reformacion de Luther”, pág. 290.
O célebre professor Héfélé apresenta no dicionário de Weltzer e Welte uma interessante descrição da origem dos Rosa-Cruz. Se tivesse estado ao corrente da propaganda feita pelos maçons na Europa e da doutrina kabalística que eles propagavam com sucesso por todas as partes, não teria deixado de entender as alusões que a doutrina dos Rosa-Cruz faz à Kabala e às seitas de que já falamos.
Ele teria entendido que as tendências para a magia negra de origem kabalística, importadas pelo maniqueísmo, haviam dado à luz a uma multidão de seitas de fanáticos e visionários de todo o gênero que pululavam em todas as partes e, sobretudo na Alemanha. Alquimistas, gente que tentava fabricar ouro, astrólogos e intérpretes de sonhos espalhavam por todas as partes suas tendências às práticas misteriosas e a associações secretas.
Num momento em que o mundo se encontrava numa espécie de paroxismo, apareceram em 1614 dois opúsculos anônimos, evidentemente publicados pelos maçons ou o que vem a dar no mesmo, pela judiaria. Um se intitulava “Reforma Universal do Mundo”; o outro, “Alocução da Fama Fraternitatis ou da Confraria da Venerável Ordem dos R. C. aos Estados e sábios da Europa.”
O título do primeiro livro indicava aos já iniciados o que se entendia por “reforma universal do mundo”. Em nossos dias essa reforma é chamada de “República Universal”, sob o governo da maçonaria e a direção suprema dos judeus. Mas aquele livro não era nada mais que uma sátira dirigida contra os vícios do mundo e seus pretensos reformadores.
O segundo livro completava o primeiro. Começava por zombar dos supostos progressos que a teologia e as ciências naturais se jactariam de ter feito naquele século. Depois vinha o anúncio da obra feita pelo “piedoso, religioso e sábio Padre R. C., fundador da Associação dos Rosa-Cruz, que tinha por objetivo introduzir uma ‘reforma geral e radical’ no mundo.”
O folheto dizia que o fundador era um alemão, nobre de nascimento, educado durante o século XIV num convento, muito tempo antes da Reforma. Havia feito, com hábito de monge, peregrinação à Terra Santa e havia chegado, não a Jerusalém, mas a Damasco, onde havia sido iniciado nas ciências ocultas dos árabes. Não é difícil reconhecer nesse perfil a um templário. Depois havia partido para a África, onde havia feito grandes progressos na “sabedoria” e sobre tudo na “Magia”, e havia aprendido que o homem é um “Microcosmo”.
Após seu regresso, havia nascido nele o desejo de aumentar o brilho da chama acesa por Paracelsus e de fundar uma sociedade que dispusesse de todo o ouro, prata e pedras preciosas de que tivesse necessidade e pudesse, como os antigos oráculos, dar aos príncipes e governantes os conselhos mais úteis e aos povos as normas mais sábias. Queria reformar a “humanidade”.
Para este fim, havia fundado uma espécie de conventículo chamado “do Espírito Santo”, onde ensinava os mistérios da “sabedoria oculta”. Com sete colaboradores havia fundado a primeira Confraria dos Rosa-Cruz. Os discípulos deveriam ir trabalhar pelo mundo, mantendo secreta a confraria por cem anos. Anualmente os irmãos se reuniriam uma vez no convento do Espírito Santo, sendo que cada membro deveria oportunamente eleger um sucessor.
Mas aconteceu – sempre segundo o livro – que ao consertar uma parte do convento, ficou a descoberto uma porta secreta que conduzia à abóbada onde se encontrava o túmulo do Grão Mestre. Lá foi achado seu corpo, perfeitamente conservado, mesmo embora tivesse morrido há mais de cento e vinte anos. A narração dá claramente a entender que se trataria de um templário falecido pouco depois da abolição da Ordem. Junto ao corpo haviam muitos textos místicos, sobretudo o “livro T”, escrito com letras de ouro e que desde então é venerado pelos Rosa-Cruzes como se fosse a Sagrada Escritura.
E tudo isso era pura fábula! O “T” ou Tau, já nos é conhecido. É o esquadro sobre o nível. Como a porta secreta – prossegue o romance – tinha a inscrição “pos 120 annos patebo” (1), os Rosa-Cruz decidiram que era tempo de dar a conhecer sua associação e de convidar os homens a entrar nela para aprender seus “profundos mistérios”.
(1) Aparecerei depois de 120 anos.
A atenção atraída por esses dois livros foi extraordinária. De todas as partes vieram sobre os membros da confraria perguntas sobre sua sabedoria, sua instituição e maneira de iniciação. Descartes fez estudos em Frankfurt e em Neuburg, em 1619, para conhecer a sociedade. Apareceu depois um verdadeiro dilúvio de opúsculos, todos eles concernentes a tal instituição, mas sem embargo, durante uma vintena de anos, não se viu aparecer nem um verdadeiro “Irmão Rosa-Cruz”.
Findel, o historiador alemão da maçonaria (1) disse a esse respeito que em 1615 apareceu um livro: “Eco da Fraternidade iluminada por Deus, da Venerável Ordem dos R. C.” ao qual atribuiu muita importância em relação com o sistema sueco. Este rito, declarou, em que pesem suas formas templárias, está baseado essencialmente nos princípios dos Rosa-Cruz. Ele pensa que o fundador deste sistema (do grau dezoito) bebeu principalmente desta fonte.
(1) Op. cit., pág. 131.
Um pastor protestante, Valentin Andreae, escreveu em 1616 uma sátira sobre os Rosa-Cruz: “Núpcias alquímicas do cristão Rosa-Cruz”; mas tal obra, levada a sério, foi causa de uma verdadeira inundação de fundações de capítulos da Fraternidade; sobretudo na comarca do Reno.
Estas “Sociedades teosóficas e herméticas (2)” como Findel as chama, se estenderam pela Alemanha, Holanda, Itália, e Inglaterra. Neste país o terreno já estava preparado pelo Dr. Robert Fludd, oráculo dos místicos e teósofos londrinos. Graças a ele o grau de Rosa-Cruz se estendeu rapidamente. Fludd pretendia com a hipocrisia característica do sectário, que a Rosa-Cruz era “um antigo símbolo da Cruz de Cristo, enrubescida com seu sangue”.
(2) Pág. 132.
Em França o Grande Oriente reuniu em 1786 as duas ordens (Rosa-Cruz e Templários de Herodom) numa só e chamou seus adeptos “Soberanos Príncipes Rosa-Cruz de Herodom”.
Não cremos necessário multiplicar mais provas para mostrar que este grau de Rosa-Cruz foi habilmente introduzido pelos chefes secretos da maçonaria. Esta é sua única origem. A identidade de sua doutrina, de seu ódio e de suas práticas sacrílegas como as dos maniqueus, gnósticos e kabalistas, indica claramente a personalidade de seus autores: os judeus kabalistas.
6 – Os Cavaleiros Prussianos ou Noachitas.
O grau vinte e um, Cavaleiro Prussiano, se chamava outrora “Grão Patriarca Noachita”. Consta que deve seu último nome a Frederico II da Prússia. Talvez os maçons mudassem a denominação para comprazer a seu real protetor e se servir assim melhor de sua influência. Este grau, como os demais graus cavaleirescos, deve sua origem a fonte distinta das combinações dos autores dos trinta e três graus.
A maçonaria é o resumo das doutrinas do paganismo, da Kabala e das grandes heresias dos séculos pretéritos. Estas doutrinas são ensinadas com grande precaução pelos chefes supremos de toda a sociedade.
Os graus militantes são instituídos para sustenta-los e defende-los pela força.
Livro Terceiro – OS JUDEUS NA MAÇONARIA
Capítulo Primeiro – ENSINAMENTOS JUDAICOS NAS LOJAS
1 = “O rei Salomão fez vir também a Hiram, filho de uma viúva da tribo de Nephtali, e cujo pai era de Tiro. Trabalhava em bronze, e estava dotado de sabedoria, inteligência e ciência para executar toda classe de obras em bronze” (1).
(1) II Reis: VII, 13 e 14.
Assim é que Hiram, o grande herói da fábula maçônica, era produto de um casamento misto entre um cainita e uma adamita. Seu pai era de Tiro, da raça de Cam = de Cain e, portanto segundo o fabulário dos ophitas e maçons, descendente de Eblis, o Príncipe da Luz que seduziu Eva sob a forma de uma serpente. Sua mãe era da tribo de Nephtali, descendente de Sem, de Seth e de Adão, a criatura do “Deus mau”, Adonai.
Não vale nem a pena perguntar aos maçons ou aos judeus como se explicam estas palavras do Gênesis: “Noé engendrou três filhos: Sem, Cam e Japhet” (2).
(2) Gen. VI, 10.
Este casamento misto é o símbolo da aliança entre a judiaria e Satanás, de onde saiu a sociedade secreta. Os judeus e Satanás fazem causa comum nesta “Grande obra” e dividem entre si as vantagens da ação da seita oculta.
Examinemos as doutrinas e alta direção da maçonaria, e em todas as partes encontraremos os judeus.
Os emblemas e ensinamentos das lojas mostram sem deixar lugar a dúvida alguma que “A Kabala é a doutrina, a alma, a base e a força oculta da maçonaria”.
Para o perceber, basta ler algumas obras acessíveis a todos: “A Kabala” por C. Frank e “Os mistérios da Maçonaria” por Leo Taxil. Os que desejarem estudar mais profundamente o tema têm à disposição o imenso caudal de literatura sobre a filosofia judaica. A Kabala, o Thalmud e sua aplicação prática (1) por um lado. E por outro, as numerosas obras sobre a maçonaria e outras sociedades secretas (2).
(1) Henri Desportes: “Le Mystére du sang chez les Juifs de tous les temps”.
(2) Ver as obras de Clavel, de P. Neut, do Pe. Deschamps, de Claude Janet e, sobretudo do advogado alemão Emil Eckert.
O argumento mais conclusivo para comprovar que a maçonaria é uma kabala judaica se baseia na perfeita harmonia que existe entre os emblemas e jóias, bem como senhas e palavras sagradas da seita e a doutrina da kabala. Já enfatizamos suficientemente que a jóia que nos pôs na pista da kabala foi o triplo triângulo entrelaçado, rematado por uma coroa de ouro, que representam os três trios dos Sephiroth kabalísticos com o Kether, ou Coroa, à cabeça.
2 – Os judeus dirigem a maçonaria.
Tentar demonstrar a direção dada pelos judeus à marcha política das nações servindo-se da maçonaria é empreender uma tarefa muito difícil, não pelo fato em si – quase geralmente admitido – mas em razão da encarniçada contradição dos maçons “adeptos” mas não “iniciados” nos altos mistérios.
Tomemos de novo o fio histórico da judiaria no que se refere a seu poder político nos outros povos, para poder compreender melhor seu papel na maçonaria.
As palavras de Faraó a Joseph ressoam ainda nos ouvidos dos judeus, e sua memória não se apagará jamais: “Onde poderia eu achar alguém mais sábio que tu, ou mesmo semelhante a ti? Tu serás, portanto aquele que terá autoridade sobre minha casa. Quando abrires a boca para mandar, todo o povo te obedecerá, e eu não terei sobre ti senão o trono e a qualidade de rei. Desde hoje, te habilito a mandar sobre todo o Egito. Ao mesmo tempo, o Faraó tirou o anel de seu dedo e o colocou no de Joseph; mandou que o revestissem de uma veste de linho fino e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro. Depois o fez montar em um dos carros, que era o seguinte após o seu, e mandou apregoar por um arauto, que todo o mundo deveria dobrar o joelho perante ele” (1).
(1) Gen. XLI, 38.
O anel real no dedo e o colar de ouro ao pescoço; eis o ideal que o povo judeu jamais abandonará.
Tampouco perderá jamais a nação judaica o ideal constituído pela história de David e seu filho Solomão. Nada mais claro. Porque estas são as figuras por execelância do futuro Rei dos reis, Jesus Cristo, o Filho de David.
O “Kether – Malkhuth” sobre a cabeça de Esther, só poderia confirmar Israel em seus sonhos de domínio universal. Após a publicação do édito real, que fez saber a todas as províncias e povos submetidos ao domínio de Assuero que os judeus estavam autorizados a vingar-se de seus inimigos, Mordechai saiu do palácio usando uma veste real, de cor de jacinto e azul celeste, com uma coroa sobre a cabeça e um manto de seda e púrpura.
Toda a cidade se iluminou festivamente; quanto à judiaria, parecia-lhe que uma nova luz surgia diante dela por causa desta honra, destas felicitações e destes públicos regozijos...Mordechai teve todo o cuidado de escrever estas coisas e tendo feito um livro, o enviou a toda a judiaria que residia nas províncias do Império, a fim de que o décimo quarto e o décimo quinto dias do mês de Adar fossem festivos, e como tal se celebrassem perpetuamente com honras solenes (2).
(2) Esther: VIII, 9.
“O Senhor – acrescentou Mordechai – ordenou que existam duas classes: uma, a dos judeus: e outra, a de todos os demais povos. E esta dupla classe veio a aparecer diante do Senhor no dia assinalado em todas as nações” (3).
(3) Idem: X, 10.
3 – Tipos de leis, pró e contra os judeus.
Como tipos de decretos de todos os reinos futuros, seja contra ou seja a favor dos judeus, citamos as passagens seguintes de duas cartas do rei Assuero; a primeira delas, composta por Amman o primeiro ministro e a segunda por Mordechai, sucessor de Amman.
“O grande rei Artaxerxes (...) aos príncipes e aos senhores submetidos a seu império (...) Amman, elevado por sua sabedoria e sua fidelidade ao posto segundo após o rei, nos comunicou que há um povo disperso por toda a terra, que se conduz conforme a novas leis, e que opondo-se aos costumes das demais nações, despreza os mandatos dos reis e turva pela contrariedade de seus sentimentos a paz e a união de todos os povos do mundo (...). Vendo que uma só nação se rebela contra todas as demais, ordenamos que sejam mortos por seus inimigos, com as suas mulheres e os seus filhos” (1).
(1) Esther: XIII, 4, 5.
É bastante curioso que não se encontre o texto hebraico desta carta, mas unicamente a edição vulgata. Tê-la-ão feito desaparecer os judeus?
O outro texto formulado por Mordechai diz:
“O grande rei Artaxerxes (...) aos chefes e governadores (...). Muitos, abusando da bondade dos príncipes, não se conformam com desconhecer as benesses que deles têm recebido e com violar nos mesmos os direitos da humanidade natural, mas tentam perder com suas mentiras e artifícios os que são fiéis (...). Se ordenarmos coisas que parecem diferentes (...) é com vistas ao bem público o que nos obriga a formular nossas ordenanças segundo a diversidade dos tempos e a necessidade de nossos assuntos (...) Amman, estrangeiro, macedônio de inclinação e de origem, que nada tinha em comum com o sangue dos persas, a quem havíamos elevado ao lugar de segundo depois do rei (...) havia revelado a intenção de fazer-nos perder a coroa e a vida. Pois tinha o desígnio, com uma malignidade totalmente nova e inaudita, de perder Mordechai, mercê de cujos fiéis serviços vivemos, já Esther nossa esposa, para depois de os ter matado e nos privar de seu socorro, surpreender-nos e conceder aos macedônios o império dos Persas (2).
(2) Esther, XVI.
“Mas nós reconhecemos que os judeus se conduzem conforme a leis muito justas, que são filhos do Deus altíssimo, todo poderoso e eterno, pela graça do qual foi dado este reino a nossos pais e a nós mesmos, e se conserva até hoje. Por isso declaramos que as cartas que haviam sido enviadas contra eles em nosso nome são nulas e que por causa desse crime, foi enforcado (Amman) com todos os seus. Deus mesmo e não nós, o castigou com a pena que merecia. Ordenamos, portanto que os judeus possam matar a todos aqueles que se dispunham a perde-los, no décimo terceiro dia do mês de Adar. Queremos que situeis tal dia à frente dos dias festivos (...) e se se encontrar uma cidade ou província que não quiser tomar parte nestas festas solenes, queremos que pereça pelo ferro e o fogo, e que fique de tal modo destruída, que no futuro seja inacessível não só para os homens, mas para as bestas” (1).
(1) Idem, cap. XVI.
Estas duas cartas são de tal maneira eloqüentes em si mesmos que têm servido – e poderão continuar servindo – de modelos, até o fim do mundo...
4 – Os Macabeus, últimos verdadeiros Cavaleiros Judaicos.
Antes de ver os judeus caírem por completo em sua cegueira, encontramos em sua história os nobres caráteres dos Macabeus, que elevaram bem alto o estandarte do verdadeiro Deus para a defesa de sua religião e não do domínio universal; e combatendo em nome do Senhor de forma heróica e religiosa. Os judeus conservaram na maçonaria também a divisa de seu estandarte: no grau trinta e palavra sagrada é “Adonai” (2) e no grau trinta e três a palavra sublime é “Mikamoka Bealim”.
(2) L. Taxil. II, pág. 366.
Estas palavras são uma corruptela do hebraico “Mi Khamoha Baelim, Jahveh”, equivalente a “Quem é como vós entre os deuses, Jahveh?”, tiradas do Cântico de Ação de Graças pronunciado por Moisés depois de cruzar o Mar Vermelho (1).
(1) Êxodo: XV, 11.
Ora, os Macabeus as haviam mandado inscrever em seus estandartes, e suas grandes vitórias eram atribuídas a auxílio sobrenatural. Vários autores dizem que o nome de Macabeus deriva exatamente delas, pois se se une as primeiras letras desta quatro palavras se obtém o nome de “ma-ka-bi” que em hebraico equivale a Macabeu (2).
(2) Vide Cornelius a Lápide, “in Exodus XV, 11”.
Certamente os Macabeus foram uma glória do povo de Israel, mas é estranho que cristãos se alistassem sob seu estandarte. Contudo, deve-se perdoar aos maçons esta mistificação por parte dos judeus; eles não estudaram hebraico com certeza, e não conhecem o significado de suas palavras sagradas.
5 – Os judeus em decadência devido ao Deicídio.
A divina tragédia do Calvário mudou a face do mundo. O povo judaico cumpriu afinal, sua missão divina. Deu ao mundo seu Redentor. Faz já muito tempo que este povo se dividiu em dois partidos, o ortodoxo e o heterodoxo. O último – o partido dos fariseus – assassinou o Messias porque Ele não correspondia a sua idéia de um rei temporal. O partido ortodoxo por sua vez, reconheceu seu Messias e formou a Igreja primitiva.
A partir exatamente deste momento, começa a luta encarniçada do povo deicida contra Cristo e sua Igreja. Humilhar o Cristianismo que para ele não é mais que uma “heresia” (3) é um dever sagrado; mais sagrado ainda que o de submeter todas as nações da terra.
(3) São Paulo, defendendo-se contra Tértulo diante do legado Félix, nomeou assim o Cristianismo no sentido dos judeus. Tértulo a havia chamado “a seita sediciosa dos nazarenos”. Ver Atos XXIV, vers. 5 e 14.
De Cristo, tal como o haviam anunciado os profetas, “carregando nossas iniquidades” (1), “com os pés e as mãos perfurados” (2) e “contado entre os malvados” (3), não têm nenhuma idéia. A humildade e o sacrifício do Homem – Deus lhes são incompreensíveis, e a cruz é para eles “um escândalo” (4).
(1) Isaias XXXV, 11.
(2) Salmo XXI, 12.
(3) Isaias LIII, 12.
(4) I Corintios I, 23.
“O cetro não sairá de Judah, nem o príncipe de sua posteridade, até que venha aquele que deve ser enviado, pois ele será a esperança das nações” (5). Esta profecia do patriarca Jacob se cumpriu quando o reino de Judah passou às mãos de Herodes.
(5) Gen. XLIX, 10.
Foi aqui que a nação judaica perdeu sua existência política, há mais de dezoito séculos. Não obstante os judeus cerram obstinadamente os olhos a esta profecia, para se ater a outras palavras do mesmo patriarca: “Judah, teus irmãos te louvarão, tua mão submeterá ao jugo teus inimigos”. (6). Para eles a força destas últimas palavras não deveria cessar com a perda do cetro no tempo da chegada do Messias, ao que parece.
(6) Gen. Idem, vers. 8.
Não existem ainda – dizem eles – as duas colunas “J” e “B”, de Judah e de Bnyamin, como representantes do povo eleito? As tribos dispersas se reunirão e a profecia se cumprirá: seja isto de uma forma ou de outra...
6 – Os maçons trabalham para os judeus decaídos.
Os maçons trabalham para a judiaria em seu templo. Independementemente das duas colunas “J” e “B”, de Judah e Benyamin, este templo está adornado ainda em posição menos central com outras dez colunas que representam as dez “tribos perdidas”. “No friso arquitetônico que descansa sobre as dez colunas, impera um cordão que forma doze nós, da forma que se conhece sob o nome de ‘laços de amor’ (simbolizando o amor fraternal que entrelaça as doze tribos dos filhos de Jacob); cada um dos extremos do mesmo termina numa borla chamada ‘Borla Dentada’, que vem a se enlaçar com as colunas ‘J’ e ‘B’” (1).
(1) L. Taxil, Op. cit., vol. I, pág. 344.
Quando Roboão, filho e sucessor de Salomão, não quis escutar o voto do povo “Israel se separou da casa de David, como ainda acontece hoje”; Roboão reuniu toda a tribo de Judah e a de Benyamin para combater contra a casa de Israel. Então o Senhor dirigiu Sua palavra a Semeias, homem de Deus e lhe disse: “Fala a Roboão, filho de Salomão, a toda a casa de Judah e Benyamin e a todo o restante do povo, e diz-lhes: Eis o que o Senhor disse: Não fareis a guerra contra os filhos de Israel, que são vossos irmãos, pois sou Eu que o ordena. E eles escutaram a palavra do Senhor” (2).
(2) Reis, cap. XII.
Assim se compreende a que templo os maçons dedicam seus labores, e de que povo são os servidores humildes.
As dez tribos de Israel se reunirão novamente – assim dizem os judeus – pois o Senhor no-lo prometeu. “Não temas, oh Israel! Pois eu te tirarei do meio deste povo tão distante onde te achas (Babilônia) e eu tirarei teus filhos da terra onde são cativos (...). Eu exterminarei todos os povos entre os quais te dispersaste; quanto a vós, não vos perderei inteiramente; vos castigarei segundo Minha justiça,a fim de que não vos creiais inocentes” (3).
(3) Jerem. Cap. XXX.
A judiaria transformou o Homem – Deus prometido na figura kabalística a que já referimos; depois, tendo feito dele uma emanação de seu “Ensoph”, o “Judeu”, o “Homem por excelência”, declarou-o emanação direta de “Adam Kadmon”. “O judeu é o Homem – Deus”, segundo a precisa definição de Carlille. Acrescentamos aqui ao deicídio o sacrilégio da apoteose do judeu; e podemos de alguma forma compreender a fúria indizível do judeu kabalístico contra o Nazareno, sua “heresia” e sua Igreja. E ao mesmo tempo podemos compreender esta atividade febril e sob todos os pontos de vista sobrenatural que coloca em destruir com seu malhete (martelo) tudo o que se opõe a sua ambição, e em edificar com sua “colher de pedreiro” o templo de seu domínio universal, cujas pedras brutas poliu no grau de Aprendiz.
Antes de chegar à maçonaria nos seria preciso verificar os nomes de todos os Mordechai judeus, desde o Deicídio e a destruição do Templo até as Cruzadas; mas a finalidade deste estudo não nos permite estendermo-nos nesta história.
Por outro lado, em nossa ilhota de Maurice, não existe uma biblioteca que nos permita reunir os elementos necessários para tanto. Esperemos que outros estudiosos empreendam a tarefa de descobrir a ação judaica nas perseguições dos cristãos antes de Constantino o Grande; sob Juliano o Apóstata; na invasão sarracena da Espanha; nas rebeliões das seitas dos gnósticos; desde os maniqueus e bogoravios até os albigenses, e nas revoluções e convulsões dos diferentes países até nossos dias. Estamos absolutamente certos de que em todas as partes se encontrarão seu ódio a Cristo e sua sede devoradora de domínio universal.
Só nos propomos aqui desmascarar a maçonaria. O leitor deve estar já convicto de que ela é essencialmente a Kabala judaica, cujas doutrinas se acham em todos os emblemas e insígnias maçônicas. E mais se convencerá quando chegar à descrição detalhada dos trinta e três graus segundo o plano maçônico.
Assuero desde a idade média é a onipotente Ordem do Templo continuada na maçonaria; o judeu kabalista é seu Mordechai.
7 – Corrupção da idéia do Messias pela judiaria.
Ao ver a força, disciplina, riqueza e influência dos Templários a Judiaria invejou aqueles que tinham o que o Senhor havia prometido a eles, dizendo pela boca de David: “Dominarás desde o mar até o mar, e desde o rio até os extremos da terra. Diante dele se prosternarão os etíopes e seus inimigos morderão o pó. Todos os reis da terra o adorarão, e todas as nações se lhe submeterão” (1).
(1) Salmo LXXI.
Daqui deve ter surgido uma idéia ousada, grandiosa e que se revelou tão fecunda: a de aliar-se a esta Ordem para a conquista do mundo. Assim se cumpriria a brilhante profecia, pensaram!
Na inauguração das sessões do Conselho Supremo do grau trinta e três o Soberano Grande Comendador Presidente, dirigindo-se ao Tenente Grande Comendador diz:
- Poderoso Soberano Tenente Grande Comendador: que idade tendes?
- Trinta e três anos completos, Mui Poderoso Soberano Grande Comendador, responde.
- Qual é nossa missão, poderoso e ilustre Irmão?
- Discutir e promulgar as leis que a Razão e o Progresso revelam necessárias para a felicidade dos povos; deliberar sobre os meios mais eficazes a serem empregados para combater e vencer a todos os inimigos da Humanidade.
- Qual é o nosso dever?
- Defender os “imortais princípios do Oriente” e propaga-los sem cessar por toda a superfície do Globo.
Os princípios do Oriente são naturalmente os da Kabala judaica. E o fim supremo da maçonaria consiste em propaga-los combatendo contra seus adversários. Os judeus apontam os princípios e os templários lutam para impo-los. Assim podemos ver claramente a constituição da maçonaria.
Já Tácito (2) dizia que os judeus tinham fé numa predição contida, segundo eles, nos antigos livros de seus sacerdotes e segundo a qual o “Oriente” prevaleceria, e da Judéia sairiam os donos do mundo. Mas infelizmente para eles então o conquistador anunciado já havia vindo, e seus Apóstolos já haviam partido à conquista do mundo.
(2) Histor. L. V, 13.
Zacarias predisse ao sumo sacerdote Jesus que o Messias viria ao templo que Zorobabel havia começado a reconstruir: “escuta, oh Jesus, Sumo Sacerdote, e também teus amigos que estão próximos de ti, porque estão destinados a ser a figura do porvir: Eu vou fazer vir do Oriente o que é meu servidor” (1). Os intérpretes estão de acordo em que aqui “Tsadeck”, o “Oriente ou germe”, vem a representar o Messias prometido.
(1) Zac. III, 8.
Mais tarde, o mesmo profeta recebeu ordem divina para colocar uma “coroa de ouro” sobre a cabeça do grão sacerdote Jesus, e dizer-lhe: “Eis aqui o ‘homem’ que tem por nome Oriente; este será um germe que brotará dele mesmo e construirá um templo ao Senhor” (2).
(2) Idem. VI, 12.
O sumo sacerdote recebeu a coroa e o nome de Oriente, porque era a “figura do porvir”. Ou seja, do futuro Messias, Rei de Israel, que deveria edificar sua Igreja, o verdadeiro templo de Deus.
O outro Zacarias, sacerdote e oai de São João Batista, predisse por tal razão em seu belo cântico “Benedictus” a seu filho: “E tu, menino, serás chamado o profeta do Altíssimo, pois tu irás adiante do Senhor a preparar-lhe os caminhos, a fim de dar a seu povo a ciência da saúde, para a remissão dos pecados, pelas entranhas de misericórdia de nosso Deus em que nos visitou o ‘Oriente’ do alto (3). O que vem a significar o Messias prometido.
(3) São Lucas. I, 78.
A Igreja católica canta três dias antes do Natal a seguinte antífona: “Oh, Oriente, esplendor da luz eterna, e Sol de justiça: vem iluminar aos que estão prostrados nas trevas e na sombra da morte!”
Mas – aí! – a judiaria não quis reconhecer o verdadeiro Oriente; ainda o aguardam, e esperam vê-lo. Na espera, nas lojas maçônicas colocam seu emblema do lado do Oriente, e lhe prodigalizam suas homenagens e adorações. Os maçons de origem cristã se alinham com eles e dobram o joelho diante de um Messias inexistente. Sem compreender que ao agir assim negam implicitamente a vinda do verdadeiro Messias, em cujo nome foram batizados.
Até onde chegarão em sua mistificação e cegueira esses pobres escravos dos judeus? Não compreendem que a maçonaria é apenas um instrumento judaico de domínio universal? Não vêem que só para servir-se do poder formidável que havia adquirido a Ordem Templária os judeus se aliaram a esses religiosos?
A conquista prometida por Deus ao verdadeiro “Oriente”, eles querem toma-la com a ajuda dos templários e a do Adversário de Deus, que Nosso Senhor chamou “Príncipe do Mundo” (1).
(1) São João XIV, 30.
8 – Influência judaica nas lojas maçônicas.
A primeira coisa que surpreende o novo adepto de uma loja é que tudo o que se lhe apresenta aos olhos tem caráter judaico. Desde o grau um até o trinta, não ouve falar senão da “Grande Obra”, da reconstrução do templo de Salomão, do assassinato do arquiteto Hiram – Abiff; das duas colunas “Jakin” e “Boaz” (2), da infinidade de senhas e contrassenhas e palavras sagradas hebraicas e da era judaica, acrescentando quatro mil anos à nossa, para não honrar assim o nascimento de nosso divino Salvador.
(2) III Reis. VII, 21.
Depois de ter estabelecido firmemente a maçonaria nos diversos países cristãos, a judiaria se assegurou do predomínio nos Grandes Orientes em número e principalmente em influência. Por outro lado, estabeleceram grande número de lojas formadas exclusivamente por judeus. Já antes da revolução de 1789, os Irmãos von Ecker e Eckhoffen haviam fundado em Hamburg a “Loja de Melchisedech”, reservada exclusivamente a judeus.
Os hebreus von Hirschfeld e Cotter criaram em Berlim, em finais do século XVIII, a “Loja da Tolerância”, “com o objetivo de aproximar por meio da maçonaria os cristãos e os judeus, tornando estes mais humanos e elevando-os a um mais alto nível de cultura intelectual”. O jornal secreto maçônico de Leipzig, em seu número correspondente a outubro de 1864, dizia que “o centro das lojas judaicas funcionavam em Paris, sob a direção de Adolphe Crémieux e do Grão Rabino”.
A 12 de junho de 1808 a loja “Aurora Crescente” ficou estabelecida em Frankfurt, com caráter exclusivamente judaico, sob a obediência do Grande Oriente de França. Após a batalha de Waterloo, as circunstâncias políticas forçaram esta loja a separar-se do citado Grande Oriente e, ao não querer submeter-se às condições que lhe impusera o Landgrave Karl von Hesse, entre elas, a de designar um cristão como Grão Mestre, pediu sua filiação à Grande Loja da Inglaterra e a obteve em 1817.
Em setembro de 1836 doze judeus pediram às três Grandes Lojas de Berlim que admitissem hebreus no seio destas. Todas elas se negaram. A partir de então travou-se uma grande polêmica em torno da admissão dos judeus nas lojas cristãs. Enfim, a vitória se decidiu como não podia deixar de ser, do lado israelita, mercê do argumento utilizado por Gotthold Salomon da loja “Aurora Nascente”:
“Por que – disse – os maçons baseiam sua era, não no nascimento de Jesus como cristãos, mas na criação do mundo como os judeus? Por que não se pronuncia jamais o nome de Cristo, nem nos juramentos nem nas orações, nem nos banquetes? Por que não encontramos um único símbolo cristão em todo o ritual da maçonaria? Por que o esquadro, o compasso e o nível? Por que a divisa ‘Sabedoria, Força e Beleza’ em vez de ‘Fé, Esperança e Caridade’?”
Assim os judeus conseguiram finalmente entrar nas Grandes Lojas prussianas, como já muito tempo antes haviam se infiltrado nas inglesas e francesas. O conde von Fernig, vice-presidente do Conselho Supremo das Lojas Prussianas, declarou peremptoriamente que o “Grande Arquiteto do Universo” era o Deus dos judeus.
Fischer escreveu então: “A grande maioria da Ordem não admite o cristianismo, mas o combate a ponta de punhal, e a prova disso a temos na admissão dos judeus nas lojas” (1).
(1) “Revue maçonique”, janeiro de 1848.
Em 1844 o judeu Disraeli pôs na boca do judeu Sidonnia as seguintes palavras (2).
(2) “Coningsby”, cap. VI, 15.
“Desde que a sociedade inglesa começou a agitar-se e suas instituições se vêem ameaçadas por associações poderosas, os senhores vêem os judeus, tão leais, nas fileiras dos revolucionários (...). Essa misteriosa diplomacia russa que tanto alarma os ocidentais está organizada, e em sua maior parte realizada por judeus (...) a formidável revolução que se está preparando na Alemanha, cujos efeitos serão ainda maiores que os da Reforma, é levada a cabo totalmente sob os auspícios dos judeus. No conde Cancrin, ministro das finanças russo, reconheço um judeu lituano e no ministro espanhol Mendizábal, vejo um judeu aragonês; no presidente do Conselho francês, marechal Soult, reconheço o filho de um judeu francês; no ministro prussiano conde von Arnim, vejo um judeu (...). Já vê, amigo Corningsby, que o mundo é governado por personagens muito diferentes dos que crêem os que não conhecem os bastidores”.
Algum dia a história reconhecerá formalmente que os acontecimentos de nossos tempos foram promovidos pela seita maçônica, dirigida pela judiaria. Aqueles que se filiam às lojas participam, consciente ou inconscientemente, da guerra da Sinagoga decaída contra os tronos e os altares de nossas pátrias.
Durante a revolução de 1848, dirigida inteiramente pelo Grande Oriente de França, seu Grão Mestre o judeu Adolphe Crémieux, chegou a ser ministro de Justiça. Este homem fundou em 1860 a “Aliança Israelita Universal” e proclamou com inconcebível descaramento, nos “Arquivos Israelitas” de 1861 (à pág. 651) que “em lugar dos Papas e dos Césares, vai surgir um novo reino, uma nova Jerusalém”. E nossos bons maçons, com os olhos vendados, ajudam a judiaria na “Grande Obra” de construir esse novo “Templo de Salomão”, esse novo Reino cesaropapista dos kabalistas!
9 – Queixas dos maçons acerca da preponderância judaica nas lojas.
Em 1862 um maçom berlinense fez editar um folheto de oito páginas, queixando-se da preponderância que os judeus tinham nas lojas. Sob o título “Sinal dos tempos” assinalou o perigoso caráter das eleições berlinenses de 28 de abril e 6 de maio do mencionado ano. “Um elemento – disse – aflorou à superfície e exerce uma perigosa influência dissolvente em todos os sentidos: o judeu. Os judeus estão à cabeça com seus textos, palavras e ações; são chefes e agentes principais em todas as empresas revolucionárias, até na construção de barricadas. Bem claramente se viu isso em Berlim em 1848. Como é possível que em Berlim tenham sido eleitos 217 eleitores especiais judeus, e que em dois distritos, tenham sido eleitos só judeus com exclusão de qualquer outro candidato cristão?”
Este estado de coisas iria piorar desde então. Os judeus formavam a maioria da Corporação municipal, de modo que Berlim podia ser chamada com justiça a capital dos judeus.
Na imprensa os judeus falam de “povo” e de “nação”, como se só houvesse judeus e os cristãos não existissem. A explicação de tal fato pode ser dada pelos “maçons agitadores” que segundo o Irmão Lamartine, originaram as revoluções de 1789, 1830, 1848, etc. Declaração confirmada pelo Irmão Garnier Pagés, ministro da república, que declarou publicamente em 1848 que “a revolução francesa de 1848 constituia o triunfo dos princípios da liga maçônica”; que a França havia recebido a iniciação maçônica, e que 40 mil maçons haviam prometido sua ajuda para concluir a obra gloriosa do estabelecimento da República, destinada a se estender por toda a Europa e enfim sobre toda a face da terra”.
O cúmulo de tudo isto é o poder político e revolucionário dos judeus, segundo as palavras de J. Weil, chefe dos maçons judeus que disse nun relatório secreto: “Exercemos uma poderosa influência sobre os movimentos de nosso tempo e do progresso da civilização, no sentido da repúblicanização dos povos”. Outro dignitário maçônico, o judeu Louis Börne, disse igualmente nun texto reservado: “Sacudimos com mão poderosa os pilares sobre os quais se assenta o velho edifício, até fazê-lo ranger”.
Mendizábal, igualmente judeu e a alma da revolução espanhola de 1820, levou a cabo a tomada do Porto e de Lisboa e em 1838, realizou mediante sua influência maçônica a revolução na Espanha, chegando a primeiro ministro.
Mendizábal havia prometido como ministro restaurar as precárias finanças espanholas. Mas num curto espaço de tempo o resultado de suas manipulações foi um terrível aumento da dívida nacional e uma grande diminuição da renda, enquanto que ele e seus amigos amealharam imensas fortunas. A venda de mais de novecentas instituições religiosas, bem como de caridade, que as cortes haviam declarado “propriedade nacional” por instigação da judiaria, lhes proporcionou magnífica ocasião para um fabuloso aumento de suas fortunas pessoais.
Da mesma maneira foram tratados os bens eclesiásticos. A impudente zombaria dos sentimentos religiosos e nacionais chegou até o ponto de que a queridinha de Mendizábal se atreveu a usar em público um magnífico colar que até bem pouco tempo havia servido de adorno a uma imagem da Santíssima Virgem numa das igrejas de Madrid.
O maçom berlinense a que fizemos menção no princípio prosseguia dizendo: “O perigo para o trono e o altar, ameaçados pelo poder dos judeus chegou a seu ponto máximo, e já é tempo de dar a voz de alarme, segundo acabam de fazer os chefes da Maçonaria alemã ao dizer: ‘Os judeus que a ‘arte real’ (1) era um meio capital para estabelecer solidamente seu próprio reino esotérico (...). O perigo ameaça não somente à Maçonaria, nossa Ordem, mas aos Estados em geral (...). Os judeus encontraram nas Lojas múltiplas ocasiões para praticar seu arquiconhecido sistema de corrupção, semeando a confusão em muitos assuntos (...). Se se tem em mente a parte que os judeus tiveram nos crimes da Revolução Francesa e na Usurpação corsa (*); se se leva em conta a obstinada crença dos judeus num futuro reino israelita sobre todo o universo e sua influência sobre grande número de ministros de Estado, se perceberá quão perigosa pode ser sua atividade nos assuntos maçônicos. O povo judeu forma uma casta em oposição, hostil a ‘toda’ a raça humana, e o Deus de Israel não escolheu mais que a um povo, ao qual todos os demais existentes têm que servir de escabelo”.
(1) Ou seja, a maçonaria.
(*) N. do Trad. Bras.: Referência a Napoleão I.
“Considerai que entre dezessete milhões de habitantes da Prússia não há mais que seiscentos mil judeus; considerai com que ardor convulsivo trabalha esta nação, de vivacidade oriental e irreprimível, para com todos os meios possíveis e imagináveis subverter o Estado; para ocupar, inclusive mediante dinheiro, os estabelecimentos de ensino superior e monopolizar em seu favor os postos de Governo; considerai igualmente o insuperável horror destes mercadores do dinheiro por todo o trabalho manual e construtivo; observai a opressão que nossos artesãos sofrem devido à especulação e usura judaicas, e perguntai então qual deve ser o peso das correntes que foram presas, por obra deles, àqueles de nossos compatriotas que ganham o pão com o suor de sua fronte.”
“O judeu recusa fundir-se com a massa do povo; só o faz com as classes de alta nobreza, pois pretendem converte-se na nobreza oriental da Alemanha. Querem exercer manifesto domínio sobre nós como presidentes, ministros, governadores, oficiais, prefeitos, mas jamais consentir em figurar entre as fileiras dos operários.”
“Existe na Alemanha uma aliança secreta com formas maçônicas, situada sob o comando de chefes desconhecidos, que trabalham com objetivos não maçônicos. Os membros desta aliança são em sua grande maioria judeus; trabalham através graus e sistemas, com ritos e símbolos só aparentemente cristãos.”
“Não desdenheis nossa advertência neste momento de perigo! Não se trata de calúnias ridículas, em que só acredita o povo inculto, mas de uma fraude inaudita de desavergonhada, em que se abusa e zomba das coisas mais sagradas. Estes criminosos não se escondem nas trevas, mas se mostram à luz do dia, como nossos ‘irmãos’ e se jactam publicamente da proteção e fraternidade dos príncipes alemães”.
É um maçom que escreveu este longo texto que acabamos de acompanhar e que se queixa amargamente de que os judeus formam uma maçonaria na maçonaria, da mesma maneira como esta por sua vez forma um Estado dentro do Estado.
Mas vejamos a continuação do texto do maçom berlinense.
“Acrescentai a isto que hoje em dia nós maçons recebemos em todas as nossas lojas aos judeus, enquanto que existem lojas exclusivamente judias onde não se recebe a nenhum cristão, sob pretexto algum. Em Londres – onde se encontra o verdadeiro ninho da revolução – há duas lojas cujos umbrais jamais foram atravessados por um cristão. Lá é onde se concentram e de onde partem os fios de todas as revoluções, que de lá se dirigem às demais lojas. Lá se encontram os ‘superiores secretos’, de forma que quase todos os revolucionários cristãos não são mais que marionetes cegas nas mãos dos judeus.”
“Durante a feira anual de Leipzig funciona permanentemente uma loja judaica, que jamais abre suas portas a um cristão. Nas lojas judaicas de Frankfurt e Hamburg não se admitem mais que emissários de outras lojas.”
“A conferência maçônica de Bayreuth de 1873 se pronunciou a favor da admissão dos judeus, mas a Grande Loja berlinense “Os Três Globos” continuou pondo dificuldades. Em abril de 1874, se submeteu a todos os Mestres dependentes da Grande Loja, a questão da admissão de judeus; a votação chegou ao resultado de 1390 votos a favor e 1396 contra.”
“O periódico maçônico ‘Bauh’tte’ de 6 de junho do mesmo ano, furioso com esta maioria negativa, qualificou seus oponentes de ‘obscurantistas maçônicos’. E acrescentava: ‘Esta exclusão oficial de uma grande família maçônica é uma medida dura e pouco fraternal, uma negação da idéia fundamental da arte real, uma heresia na maçonaria e um verdadeiro anacronismo’.”
Mas afinal, os judeus terão acesso a todas as lojas. São suficientemente hábeis para saber unir as vantagens da maçonaria e as próprias de sua raça. O fim da maçonaria – o império sobre o mundo – é idêntico ao da raça, cujo futuro Rei formula esta promessa: “Todos os povos da terra te adorarão, e se te submeterão todas as nações” (1).
(1) Salmo LXXI, vers. 11.
Seu Messias não é, contudo um indivíduo, mas a raça inteira dominando através da maçonaria, a todo o universo.
Na Europa se guarda zelosamente o segredo sobre a existência e o número de suas lojas. Mas na América do Norte são menos preservados. Sob o nome de “Bnai Brith” (1) sua confederação maçônica consegue admissão em todas as lojas, primeira vantagem para elas, à qual se tem de acrescentar a inacessibilidade em que mantém as lojas de caráter exclusivamente judaico, das quais no último terço do século XIX já havia mais de duzentas e dez. A número um foi fundada em New York em 1843, e conta com mais de duzentos membros. Há vinte anos o número de judeus maçons norte-americanos se elevava a dezoito mil!
(1) “Filhos da Aliança”.
Carlille, uma das mais acatadas autoridades maçônicas, diz: “A Maçonaria da Grande Loja é na atualidade, inteiramente judaica.” (2).
(2) Op. cit., pág. 86.
A “Gazeta da Cruz”, órgão principal dos Conservadores prussianos, dedicou de 29 de junho a 3 de julho de 1875, uma série de artigos onde se demonstrava que os principais ministros dos governos alemão e prussiano – sem se excetuar o príncipe von Bismarck – estavam nas mãos dos reis judaicos da Bolsa. E que os banqueiros judeus eram quem, na prática, governavam a Prússia e a Alemanha. Isto fez dizer ao judeu Gutzkow: “Os verdadeiros fundadores do novo Império alemão são os judeus: “Judeus são os principais nomes em todas as ciências, assim como na imprensa, teatro e política”.
M. Stamm publicou em 1860 um livro sobre este tema, onde se prova que “o reino da liberdade universal sobre a terra será fundado pelos judeus”. No mesmo ano Sammler publicou no “Volksblatt” uma longa carta para demonstrar que “os judeus ocuparão muito brevemente o lugar da nobreza cristã; a aristocracia caduca deverá perder seu posto nesta época de luz e liberdade universais, da qual tão próximos estamos. Não compreendeis – escreve– o verdadeiro sentido da promessa feita pelo Senhor Deus Sabaoth a nosso pai Abrahan? Promessa esta que há de se cumprir com certeza, a de que um dia todas as nações da terra se submeterão a Israel. Credes que Deus se referia a uma monarquia universal com Israel como rei? Oh, não! Deus dispersou os judeus sobre toda a superfície do globo, a fim de que constituíssem uma espécie de fermento, entre todas as raças, e enfim – como eleitos que são – estendessem seu domínio sobre elas”.
Não é provável que a terrível opressão sofrida pelas nações cristãs da Europa, que se vêem empobrecidas pela usura e a avareza dos judeus, e se queixam de ver as riquezas nacionais acumuladas nas mãos dos grandes banqueiros, venha a se revolver através de esporádicos levantes antissemitas. As monarquias cujos fundamentos não estão ainda pulverizados pelo martelo maçônico, e cujas dinastias não estão ainda reduzidas ao nível dos maçons descamisados, descalços e com os olhos vendados, se coligarão contra a seita monstruosa e farão em pedaços as fileiras dos anarquistas. O próprio Carlille, que é maçom frenético, disse aterrado pelo destino da humanidade nas mãos da judiaria: “Quando os legisladores voltarem a se ocupar das sociedades secretas, farão bem em não fazer exceção a favor da maçonaria”.
O privilégio do segredo está legalmente concedido aos maçons na Inglaterra, França, Alemanha e – cremos – em todos os países. O fato de que todas as revoluções saem do fundo das lojas seria inexplicável se não soubéssemos que, com a momentânea exceção da Bélgica, os ministérios de todos os países se encontram nas mãos de maçons dirigidos direta ou indiretamente por judeus.
O que expusemos parece suficiente para desvelar um dos grandes mistérios da maçonaria – quem são os seus reitores secretos? A resposta é clara, a judiaria!
10 – Os Presidentes do Conselho Supremo do grau trinta e três não são os verdadeiros chefes.
Mas, Mas: quem entre a judiaria são os chefes secretos da maçonaria? Certamente que não são os Soberanos Grandes Inspetores Gerais do grau trinta e três, porque em primeiro lugar, seus nomes figuram impressos e depois, há um tão elevado número deles!... E tampouco são os Presidentes do Conselho Supremo. Pois na cerimônia de iniciação ao grau trinta e três, falam de “seus chefes”: “Os príncipes e sacerdotes, que não podiam vencer uma instituição que lhes é hostil, e que tão temível lhes parece, tiveram em épocas diversas a audácia de se passar para o campo inimigo, tornando-se maçons e introduzindo na maçonaria estes usos, estas fórmulas, estes títulos, estas lendas tão absurdas, que deveriam falsear o espírito da instituição, desnaturalizando suas tendências, ao mesmo tempo em que pareciam favorecer os princípios religiosos e aristocráticos, em vez das doutrinas democráticas e liberais.”
“Nossos chefes; diante de tal perigo estreitaram os vínculos entre os verdadeiros membros desta sociedade secreta por excelência que é a maçonaria e desejando assegurar-se, se não da proteção, pelo menos da tolerância dos poderosos deste mundo, os deixaram tomar parte nas obras maçônicas, das quais não lhes foi dado a conhecer senão o que não haveria inconveniente em que soubessem. ‘Nossos chefes’ vendo sem sobressalto a Maçonaria convertida numa sociedade benéfica e de caridade, a mais insignificante possível, cujo governo pensavam ter nas mãos esses poderosos da terra, os deixaram declaram que a política e a religião eram completamente estranhas à Maçonaria”. (1).
(1) P. Rosen: “Satanás”, pág. 294.
É-nos possível expressar aquí todas as mentiras, toda a hipocrisia, a própria confissão de falsidade com que os famosos “presidentes” cumulam nesta declaração a seus “chefes”; basta-nos ressaltar que não dizem “Nós, os chefes...” mas “Nossos chefes...” o que traz implícita a declaração de que “acima dos graus trinta e três”, “acima do Presidente do Conselho Supremo”, há ainda outros chefes; os verdadeiros chefes maçônicos.
Quem são estes? Onde se acham?
11 – A suposta “Divina Irmandade”, o conjunto dos chefes desconhecidos.
Temos diante de nossos olhos a obra denominada “O Templo de Salomão – Carta Geral do Organismo, e Plano de Trabalho da Aliança Revolucionária”, pelo Dr. Edouard Emil Ecker, advogado. (2).
(2) Ed. Em Praga, 1855.
A explicação que a acompanha nos dá uma idéia clara de todo o conjunto da maçonaria – combinação diabolicamente engenhosa – que não devemos nem queremos reproduzir aqui. Somente tiraremos dela o que nos parecer útil.
O “templo de Salomão” é constituído sobre uma tapeçaria de dezesseis quadrados oblongos, o que se chama o “Vestíbulo”. O “templo” consiste em catorze pedras cúbicas: nove que formam o primeiro piso, quatro o segundo, e uma o terceiro. Cada cubo representa uma loja ou uma parte do universo. Um dos cubos não é visível, por estar coberto pelos quatro do segundo piso. Os demais só são visíveis em suas três quartas partes, com a exceção do que forma o piso superior, que está inteiramente a descoberto.
Este último representa a sede da luz; o cubo central do piso inferior representa a sede das trevas. Assim nos é oferecida uma representação do dualismo divino da doutrina kabalística.
Passemos em silêncio o decrescimento gradual da luz que vem do alto, da “Inteligência”, e se perde totalmente ao chegar ao último cubo, que representa a “matéria”.
No centro do cubo superior se encontra o “Homem – Deus”, que imediatamente reconhecemos como o “Adam – Kadmon”, o “Homem Arquétipo” da kabala. Seu símbolo é o “Fênix”. É o portador da dupla coroa, do império material ou político e do espiritual ou religioso; como tal é representado por uma águia bicéfala, cujas duas cabeças estão cingidas por uma só coroa. Como chefe do império político universal se chama “Imperador do Mundo”; como chefe do império espiritual ou eclesiástico recebe o nome de “Patriarca do Mundo”; como chefe de toda a atividade viril no Universo se chama “Grande Arquiteto do Universo”; como chefe da atividade do Poder que governa o mundo se chama “Grão Mestre”.
E enfim, como unidade pessoal de todos esses atributos, tem o nome de “Jehovah”.
O que mais nos assombra é encontrar as denominações de Patriarca, Imperador do Mundo e Grão Mestre, junto às de Jehovah e Grande Arquiteto do Universo!
Carlille nos explica que (1) “O sentido primitivo da palavra ‘judeu’ era o de um homem sábio e perfeito por sua dedicação à ciência. O nome tem o mesmo significado que o de ‘Jehovah’; literalmente é o de ‘Homem-Deus’, Espírito Santo do homem inspirado pelo homem”.
(1) Op. cit., pág. 117.
Como tal é o Grande Arquiteto do Universo. Este é um raro testemunho a favor do que já vimos anteriormente: que o “Homem Primitivo” ou “Adam – Kadmom” é o ideal do judeu.
É preciso distinguir sem embargo, entre o judeu “ideal” que tem identidade como Jehovah, e o judeu encarnado neste mundo. Este último é o “Grão Mestre da Sociedade Secreta por excelência”; tem por ajudantes outros dois judeus ou escravos dos judeus: o Patriarca e o Imperador do Mundo.
Estes três personagens – o Grão Mestre, o Patriarca e o Imperador constituem o que blasfemando chamam “A Divina Trindade”.
Perguntamos ainda: onde estão os chefes da maçonaria?
12 – Resistência dos chefes desconhecidos da maçonaria.
A 29 de junho de 1889, festa de São Pedro, teve lugar em Leipzig um concílio judaico, muito provavelmente em vista do Concílio do Vaticano (*) convocado para 8 de dezembro desse mesmo ano. A tal reunião concorreram os grandes rabinos da Rússia, Turquia, Alemanha, Inglaterra, Países Baixos, Bélgica, etc.
(*) N. do Trad. Bras.: Seqüência do Concílio Vaticano I, convocado por Pio IX.
Os judeus ortodoxos e os reformados constituíram duas facções, que se mantinham mais ou menos em equilíbrio entre si. E veja-se a tese comum de uns e outros tal como foi formulada: “O Sínodo reconhece que o progresso a realização das idéias modernas constitui a mais segura garantia para o presente e o futuro do judaísmo e de seus filhos”. (1).
(1) A. Rohling, op. cit.
Existe, portanto solidariedade entre os judeus do Ocidente e os do Oriente; entre o Grão Rabbi da Turquia e os dos países preponderantemente cristãos? O abade Chabauty (2) no-lo explicará na citação seguinte.
(2) In “Les Juifs, nos maîtres”.
“É historicamente incontestável que os judeus tiveram desde sua dispersão até o século onze um centro visível e conhecido de unidade e direção (1)”. Depois da ruína de Jerusalém este centro se encontrou às vezes em Japhneh, e às vezes em Tiberíades; era representado pelos PATRIARCAS da Judéia que gozavam de enorme autoridade.
(1) T. Reinach mesmo afirma em seu “Histoire des Israélites”.
“Eles decidiram os casos de consciência, e os assuntos mais importantes da nação; dirigiam as sinagogas como chefes superiores; estabeleciam impostos: tinham oficiais chamados ‘apóstolos’ que levavam suas ordens aos judeus das províncias mais afastadas. Suas riquezas chegaram a ser imensas. Estes patriarcas agiam algumas vezes de maneira ostensiva e outras ocultas, segundo as disposições que os imperadores romanos ditassem a favor ou contra os judeus”.
Ainda acima destes “Patriarcas” estavam os PRÍNCIPES DO CATIVEIRO, que residiram por longos séculos em Babilônia.(2).
(2) Franck. Op. cit., pág. 270.
“Os escritores judeus fazem grande diferença entre os ‘Patriarcas’ e os ‘Príncipes do Exílio’. Os primeiros, afirmam, não eram senão representantes dos segundos. Os Príncipes do Cativeiro tinham a qualidade e autoridade suprema de chefes absolutos de toda a dispersão de Israel. Segundo a tradição dos doutores, deviam ter sido instituídos para ocupar o lugar dos antigos reis, e tinham direito de exercer seu IMPÉRIO sobre todos os judeus do mundo.
“Os Califas de Oriente, aterrados diante de seu poderio, suscitaram terríveis perseguições contra eles, e a partir do século XI a história deixa de mencionar estes chefes de Israel. Desapareceram por completo ou transferiram para outras partes a sede de seu poder? Esta segunda hipótese é mais verossímil; sobretudo, levando-se em consideração os seguintes documentos:
“a) Carta dos judeus de Arles a Constantinopla.
‘Honoráveis judeus, saúde e graça. Deveis saber que o rei de França, que é de novo dono de todo o território da Provença, nos obriga por édito público, a nos tornarmos cristãos ou abandonar seu território. E os de Arles, Aix e Marselha, querem tomar nossos bens, ameaçam nossas vidas, arruínam nossas sinagogas e nos causam uma infinidade de males, o que nos causa incerteza quanto a como devemos proceder segundo a lei de Móisés. E por isso vos pedimos vosso sábio conselho, no referente a como há de ser nossa conduta. Chammor, Rabino dos judeus de Arles. 13 de Sabbath de 1489’.
“b) Resposta dos judeus de Constantinopla aos de Arles e Provença.
‘Bem amados irmãos em Moisés, recebemos vossa carta, onde nos fazeis conhecer as ansiedades e infortúnios que vos veis obrigados a suportar, e nos encontramos penetrados de uma dor tão grande como a vossa’.
O conselho dos principais Doutores e Rabinos de nossa lei é o seguinte:
“Dizeis que se quer arrebatar vossos bens; fazei vossos filhos mercadores, para que eles despojem dos seus cristãos por meio do tráfico”.
“Dizeis que se atenta contra vossas vidas: fazei vossos filhos médicos e boticários, a fim de que eles privem da sua aos cristãos, sem temor de castigo.”
“Dizeis que se destroem vossas sinagogas: fazei vossos filhos canonistas e párocos, a fim de que eles por dentro a Igreja cristã.”
“Dizeis que sois objeto de outras vexações: fazei vossos filhos advogados, notários ou membros de outras profissões que estejam correntemente a cargo dos assuntos públicos, e por este meio dominareis os cristãos, vos apropriareis de suas terras e vos vingarei deles.”
“Segui esta ordem que vos damos, e vereis por experiência que, por abatidos que estejais, chegareis ao auge do poderio.”
“V.S.S.V.E.F., Príncipe dos Judeus de Constantinopla. 21 de Casleo de 1489” (*).
(*) N. do Trad. Bras.: A presente carta está resumida. G. Barroso a reproduz integralmente em “Judaísmo, Maçonaria e Comunismo”.
O abade Chabauty demosntrou de forma irrefutável a autenticidade e o significado destes documentos. “Era – diz – uma linha de conduta política e social o que pediam e efetivamente a receberam, os judeus espanhóis e provençais. Assim se explica perfeitamente por que deixando de lado rabinos e doutores de regiões vizinhas, se dirigiram nada menos que a toda clareza, residia seu ‘Chefe Supremo’, não só religioso, mas também político. Ou seja, a cabeça da nação.”
A linha de conduta sugerida por este príncipe de Constantinopla aos judeus provençais tem sido admiravelmente seguida inclusive até nossos dias. O Abbé Chabauty provou que os judeus de hoje obedecem como os de séculos passados a um chefe oculto, mas único. Esse chefe existe; tem o mesmo poder que na Idade Média, e conduz o mesmíssimo povo pelos mesmíssimos caminhos. (1).
(1) H. Desportes, op. cit., pág. 335.
Podemos dizer que o raciocínio até aqui seguido é concludente, e que o chefe desconhecido dos judeus o é também dos maçons? Se não é concludente é pelo menos muito verossímil e válido para servir da direção àqueles que tenham interesse em achar os primeiros culpados desta liga anticristã e associal.
13 – Residência dos chefes supremos da maçonaria.
Adolphe Ricoux (2) teve a sorte de poder examinar o “Compêndio de Instruções” do chefe dogmático dos maçons. Lá viu um documento de importância máxima: a carta encíclica do chefe dogmático, o Soberano Pontífice dos maçons. “A maçonaria universal, diz o autor, tem como cúpula de sua organização internacional um Diretório Supremo, cujos membros em número de sete são eleitos por turnos nos diversos países, em seus Supremos Conselhos, Grandes Orientes e Grandes Lojas, com um período de função de seis meses(...). A sede do Diretório Supremo está em Berlin.
(2) “L’existence des Loges de femmes”, pág. 64.
“Pelo contrário quatro chefes de Grandes Centros Diretivos estão instalados com permanência ‘ad vitam’, que dependem do Diretor Supremo e centralizam as comunicações importantes. Estes Centros estão: o da Europa em Nápoles; o de Ásia e África em Calcutah; o da América do Norte em Washington e o da América do Sul em Montevidéu”.
“Há ainda dois personagens além destes Centros Diretores, cada um com uma missão especial: o Chefe de Ação Política particularmente encarregado da supervisão do Vaticano para precipitar os acontecimentos contra o Papado segundo ordens do Diretório Supremo; este personagem reside em Roma. O outro é o Grão Depositário das Tradições Sagradas, espécie de ‘Grande Lama’ da seita, seu Chefe Dogmático, antipapa secreto que é conhecido dos Chefes dos Grandes Orientes, Grandes Lojas e Conselhos Supremos sob o nome de ‘Soberano Pontífice da Maçonaria Universal’, com residência em Charleston. Este era Albert Pike que acaba de morrer. Diz-se que Albert Machey é seu sucessor”.
Os “sete” membros do Diretório Supremo mais os “quatro” Grandes Centros Diretores compõem o famoso número “onze”. Provavelmente a “Divina Trindade” de que falamos é formada pelo Presidente do Diretório Supremo, o Chefe de Ação Política (Imperador) e o Chefe Dogmático (Pontífice). Com mais estes o número místico chega a “treze”.
Esta obra trata do número kabalístico de “onze”. Algum dia sairá à luz outra obra sobre o número satânico de “treze”.
Livro Quarto – LÚCIFER NA MAÇONARIA
Capítulo Primeiro –
1 – A Kabala, fonte principal da magia negra.
Em sua exposição da Kabala, M. Franck nos dá conhecer as figuras sob as quais se tentou representar os Sephiroth. “Existem – diz – três principais das quais duas pelo menos são consagradas pelo Zohar. Uma nos mostra Sephiroth sob a forma de dez círculos concêntricos, ou mais exatamente, de nove círculos traçados ao redor de um ponto que é seu centro comum. A outra interpretação no-los mostra na forma do corpo humano, sendo a ‘coroa’ a cabeça; a ‘sabedoria’ o cérebro; a ‘inteligência’ o coração; o tronco e o peito ou seja, a linha do centro é o símbolo da ‘beleza’; os braços representam a ‘graça’ e a ‘justiça’; as partes inferiores do corpo expressam os atributos que faltam (1).
(1) Ver lâmina “B”.
“É nestas relações arbitrárias levadas a seu máximo exagero pelos ‘Tikounin’ (suplementos do Zohar) que se fundam em grande parte a kabala prática e a pretensão de curar pelos diferentes nomes de Deus as enfermidades que podem achacar as diversas partes do corpo” (2).
(2) Franck: “La Kabbale”, pág. 151.
O mesmo autor diz (à pág. 273): “Se no judaísmo se acham rastros da mais sombria superstição, é preciso procurar, sobretudo a causa do terror que inspira em sua demonolatria. Efetivamente é tal o poder que se atribui aos espíritos maléficos que o homem em cada instante de sua existência pode crer-se dotado destes inimigos invisíveis, não menos empenhados na perda de seu corpo que na de sua alma. Mal nasceu, quando já o esperam junto a seu berço, para disputa-lo a Deus e à ternura de sua mãe; mal abriu os olhos a este mundo, quando já o assaltam mil perigos e mil visões impuras se apoderam de seu pensamento. Desditoso dele se não resiste! Antes que a vida tenha abandonado seu corpo, os maus espíritos virão apoderar-se de sua presa.”
Efetivamente, mesmo em nossos dias encontramos freqüentemente uma verdadeira multidão de livros populares, cheios de superstições, de conjuras, de segredos ocultos, de remédios mágicos, de orações blasfemas e de desenhos kabalísticos (1).
(1) “Les secrets de Petit Albert – du Grand Albert – d’Agrippa – du Grand Etteila – du Dragon rouge – du Grimoire du pape Honorius – de la Magie rouge”, etc.
Embora possa parecer ridículo mencionar estes livros, arrancados de mãos de pessoas supersticiosas pertencentes à mais baixa extração popular, não parece inútil ressaltar que em tais livros se encontra grande número de figuras kabalísticas, que recordam certas insígnias maçônicas e que expressam a doutrina da kabala judaica, como os triângulos entrelaçados, a estrela flamejante, a letra Tau simples, dupla, tripla e quádrupla, cujo imundo significado já explicamos...
Temos encontrado nessa espécie de literatura ainda evocações dos espíritos, e exclamações citadas por Leo Taxil (2) do “Ritual das Evocações”, volume segundo do “Manual Kabalístico”, do Irmão Constant (grau 30, pág. 230). Os textos destas evocações contém principalmente o nome de Deus sob diferentes formas, como por exemplo: “El ati” (Deus vem), Eyé por “Eheyeh” (Eu sou), “Je-Je-Je – ho-ho-ho – vah-vah-vah” (três vezes o nome de Jehovah silabado), “Khavajoth” (Eva), etc...
(2) “Les Fréres Trois-points”, II, pág. 284.
Este relato confirma a idéia, comum a quase todos os autores que se têm ocupado da magia diabólica, de que todos os ramos e práticas da feitiçaria têm sua origem na kabala judaica. A adoração da estrela flamejante, o Baphomet, as “fórmulas escritas em caracteres hieroglíficos, para a evocaação dos demônios, das quais se deve ter cuidado para não abusar” (3) são indicações evidentes de que a maçonaria, em alguns de seus graus, se entrega abertamente à magia negra.
(3) “Rituel sacré”, pág. 46.
2 – A Kabala conduz os maçons diretamente à demonolatria.
A história de Eblis, os mistérios renovados dos Ophitas, as práticas e evocações kabalistas, a doutrina do dualismo divino, do princípio do Bem e do Mal, a falsificação destas duas noções, o conjunto da Maçonaria Kabalística, e sobretudo sua guerra encarniçada contra a Revelação divina, o sobrenatural do Cristianismo, são outras tantas provas de que a maçonaria é uma seita verdadeiramente satânica, no mais amplo sentido da palavra.
Não nos espantaremos em encontrar em certas lojas sinais indubitáveis de que existe uma espécie de comunicação direta entre elas e Satanás. Esta comunicação está completamente fora de qualquer dúvida, dado que certos efeitos não podem ser atribuídos nem à natureza ininteligente, nem aos bons anjos, nem a Deus; mas unicamente a espíritos inteligentes e perversos.
Não há porque discutir uma tese tão evidente como a que acabamos de enunciar. Bastar-nos-á citar dois fatos comprovados. Por exemplo, no grau vinte e quatro (Príncipe do Tabernáculo) o “Cavaleiro da Eloquência” assegura ao iniciado que embora Salomão tenha perdido a comunicação que tinha com Adonai (o princípio mau das seitas kabalísticas, é bom lembrar) por ter mudado de culto na velhice, adquiriu desde aquele momento uma extraordinária ciência na Kabala e foi autor dos mais admiráveis livros secretos de magia e pôde entrar em comunicação constante com o Espírito do Fogo (o “princípio bom” das seitas). (1).
(1) L. Taxil: “Les Fréres Trois-points”, II, pág. 212.
O “Príncipe do Tabernáculo” já está preparado para tal revelação maçônica, pois no grau vinte de “Grande Patriarca” ele adorou a estrela que brilha numa nuvem de ouro, que lhe foi dada a conhecer como “Estrela da Manhã”, por outro nome Lúcifer, ouvindo então a exortação do Presidente: “Sê como a Estrela da Manhã que anuncia a vinda do dia; vai levar ao mundo a luz, ‘no nome sagrado de Lucifer’; vai desarraigar o obscurantismo”. (1).
(1) Idem, pág. 237.
Nossos leitores sabem que para desviar da verdade os espíritos de seus adeptos, a judiaria kabalística se deu ao trabalho de trocar o valor das palavras. Assim:
Deus é Satanás e Satanás é Deus;
O Bem é o Mal e o Mal é o Bem;
A Virtude é Vício e o Vício é Virtude;
A Verdade é Mentira e a Mentira é Verdade;
A Luz é Treva e a Treva é Luz;
A Revelação é Obscurantismo e o Obscurantismo é Revelação;
A Religião é Superstição; e a Superstição é Religião, et cetera...
Pode-se localizar esta subversão feita com toda clareza e indizível descaramento na imprecação composta pelo I:. Proudhon: “Oh, Adonai, Deus maldito: o primeiro dever de todo o homem inteligente é expulsar-te de seu espírito e de sua consciência(...). Espírito mentiroso, Deus imbecil, teu reino está terminado; procura entre os animais novas vítimas(...). Pai Eterno, Adonai ou Jehovah: por que nos enganas? Os pecados cuja remissão te suplicam os ineptos, são cometidos por ti(...). Tu és o tirano que nos assedia, o verdadeiro Satanás. Teu nome (...) doravante símbolo de desprezo e anátema, será conhecido entre os homens porque Deus é estupidez e covardia; Deus é hipocrisia e mentira; Deus é tirania e miséria; Deus é o mal”.
“Vem, Satanás, vem, caluniado pelos sacerdotes e os reis, vem para que te abrace e te aperte contra meu peito. Faz tempo que te conheço e que tu me conheces. Tuas obras, oh, bendito de meu coração, nem sempre são belas e boas, mas só elas dão sentido ao universo. Só tu animas e fecundas o trabalho; tu enobreces as riquezas; tu serves de essência à autoridade; tuas palavras têm o selo da virtude”.
Os redatores do periódico “O Ateu”, impresso em Livorno, declaram abertamente: “Satanás é nosso Chefe; é o gênio da restauração humana; a força vingadora da razão”.
A mesma exaltação, a um tempo feroz e mística, se encontra numa declaração do I:. Seraffina: “Saudai o espírito renovador! Vós que sofreis, levantai as cabeças pois eis que chega ele, o Grande Satã!”
Também o Grão Mestre Lemmi (judeu) disse: “A ti, sublimados, vão meus versos; eu te invoco, oh! Satanás, rei do banquete! Eu te saúdo, oh Satanás, oh rebelião, oh força invisível da razão! Que subam até ti meus votos e o incenso sagrado! Satanás, tu venceste o Jaweh dos sacerdotes!” (1).
(1) P. Rosen: “L’Ennemi social”, pág. 349.
Albert Pike, Soberano Pontífice que foi dos maçons, protestou contra a adoração de Satanás, propugnando, entretanto a de Lúcifer – como se não se tratasse do mesmo personagem! Dirigiu censuras aos Irmãos adoradores de Satanás e disse: “Estes Irmãos, movidos por um legítimo ódio contra o Deus dos sacerdotes, glorificam seu adversário sob o nome de Satã, mantendo-o assim na condição de um anjo decaído, rebelde. Há nisto uma heresia manifesta. O nome de Satã, inventado pela impostura Sacerdotal, e aplicado a um ser sobrenatural, subalterno ou diabólico, não deve por nenhuma razão ser pronunciado na Maçonaria”.
“Existe um diabo? Os sacerdotes dizem que sim; nós afirmamos que não.”
“A lenda sacerdotal, é uma mentira infame, e aqueles entre nossos irmãos que glorificam ‘Satã’ não fazem na realidade nada mais que consagrar a impostura, e nos colocar mal na opinião da gente ignorante.”
“Por isto é que condenamos do modo mais formal a doutrina do satanismo, que é de tal natureza que faz o jogo dos padres. Os maçons satanistas proporcionam ao inimigo, sem se dar conta disso, armas contra a Maçonaria”.
“A religião maçônica deve ser para todos nós, iniciados dos graus superiores, conservada na pureza da doutrina luciferiana. Pois o Deus, Lúcifer, da teurgia moderna, não é o demônio Satanás da velha igreja. Nós somos ‘reteurgistas optimatas’, e não praticante de magia negra.”
“A magia foi criada por Adonai e seus sacerdotes?”
“Sim, Lúcifer é Deus, e ‘infelizmente Adonai também o é’. A realidade científica do ‘dualismo divino’ está demonstrada pelos fenômenos da polaridade e pela Lei universal das simpatias e antipatias. Por isso os discípulos inteligentes de Zoroastro, e com eles os gnósticos, os maniqueus, os templários, admitiram como única concepção metafísica lógica, o sistema de ‘dois princípios divinos’, em luta por toda a eternidade, sem que se possa considerar um inferior ao outro em potência.”
“Portanto, a doutrina do satanismo é uma heresia e a verdadeira e pura religião filosófica é a crença em Lúcifer, igual a Adonai, mas Lúcifer Deus da Luz, e Deus do Bem, lutando pela Humanidade contra Adonai, o Deus das Trevas e do Mal”.
O primeiro juramento prestado pelo recipiendário do grau trinta, ou “Cavaleiro Kadosch”, é prestado “Em presença de Deus, nosso Pai.” (1). Esse Deus é o Anjo da Luz, o Grande Arquiteto do Universo, de onde descenderia mediante Eva, Cain, que se perpetuou em Hiram e por ele nos maçons.
(1) L. Taxil, op. cit. II, pág. 259.
O Inferno, conforme as fábulas maçônicas, não é senão um verdadeiro Paraíso. Como tal está pintado na Câmara Infernal, em que é introduzido o que recebe o grau de Rosa-Cruz. “Aqui os demônios e os condenados, embora estejam em meio às chamas, não têm absolutamente ares de sofrimento; pelo contrário exibem faces radiantes. Todos os malditos da Bíblia: Cain, Canaan, Moab e outros têm ademanes de patriarcas que irradiam glória. Hiram, reconhecível por suas insígnias maçônicas e pelo ramo de acácia que trás na mão, como uma palma de martírio, recebe uma coroa de ouro que Eblis, o Arcanjo da Luz ou Satanás, coloca sobre sua cabeça.” (2).
(2) Idem, pág. 201.
Todas estas idéias demoníacas são preparadas já no grau três, na explicação “filosófica” da lenda de Hiram, que alguns Mestres recém iniciados escolhem como própria: “Somos os soldados da Ciência, combatemos contra a Superstição; filhos de Hiram, de Canaan, de Tubalchain, de Lamech, de Cain e do Anjo da Luz, filhos daquele a quem os antigos prestavam culto ao adorar o Sol, temos uma grande missão a cumprir(...) temos de abater o orgulho da tirania eterna; temos de tirar uma assombrosa revanche e não está distante o dia em que Eblis será vingado das iniqüidades de Adonai.” (3)
(3) Ibidem, pág. 135.
Bem podemos concluir daqui que a palavra sagrada dos Cavaleiros Kadosch, do grau trinta: “Nekam Adonai” (Vingança, Adonai) se refere a uma vingança a ser feita contra Adonai, o Senhor Deus da Bíblia, a quem todos os homens racionais chamam Deus, o Criador Todo Poderoso do Céu e da Terra.
Neste aspecto Hiram é evidentemente o substituto de Satanás. Só precisamos ler o texto da lenda maçônica, que o Mui Respeitável da loja comunica ao recipiendário do grau três, onde se pinta a figura de Hiram.
“Quem era Hiram? De onde vinha? Seu passado era um mistério(...). Enviado ao rei Salomão pelo rei dos tírios, adoradores de Moloch, este personagem tão estranho como sublime, havia sabido desde sua chegada impor-se a todos. Seu gênio audaz o situava por cima dos outros homens; seu espírito escapava à humanidade; todo o mundo se inclinava diante de sua vontade e do misterioso influxo daquele a quem chamavam ‘O Mestre’. A bondade e a TRISTEZA achavam-se impressas em sua face escurecida, e sua ampla fronte refletia ao mesmo tempo o Espírito da Luz e o Gênio das Trevas. Salomão reconheceu em sua pessoa a presença de um poder superior ao seu, um poder a que o porvir, cuja presença possuía, reservaria talvez uma soberania maior e mais universal que a sua(...). Esta é a recordação daquele a quem chamamos NOSSO MESTRE”. (1).
(1) L. Taxil: idem, pág. 88.
(*) N. do Trad. Bras.: Temos traduzido ao pé da letra os nomes dos “oficiais” das pantomimas das lojas maçônicas do espanhol para o português. Não ignoramos que freqüentemente esses nomes sofrem mudanças no Brasil; entretanto, como ignoramos a nomenclatura daqui, fazemos a tradução ao pé da letra. Qualquer inexatidão a ser encontrada pelo leitor nesse sentido, se deve a isto.
(2) P. Rosen: “Satanás”, pág. 268.
3 – Aparições de Satanás nas lojas.
O quadro apresentado pela autoridade maçônica se mostra em completo acordo com a forma como Satanás se revelou em numerosas ocasiões aos olhos dos homens. Não é este o lugar para tratar de tão importante questão; bastar-nos-á desdobrar em benefício daqueles que não os conheçam, três incidentes que em seu tempo foram dados a conhecer amplamente, pelos jornais. O último foi referido pelo “Blackwood Magazine” e reproduzido pela “Pall Mall Gazette”, sob o título “Uma aparição autêntica de Satan”. Eis o texto.
“Sob o título de ‘Aut Diabolus aut Nihil, história verídica de uma alucinação’, conta o ‘Blackwood’ como alguns espiritistas de Paris invocaram o diabo em uma reunião. O autor do relato o qualifica de ‘história verídica de uma entrevista com o diabo’, que teve lugar em Paris há alguns anos. Relato autêntico em todos os seus extremos, coisa essa fácil de comprovar, dirigindo-se às diversas pessoas que tomaram parte nos fatos em questão.”
“E acrescenta: ‘Não podemos dar a nossos leitores a chave do mistério, porque não acreditamos em nenhuma das doutrinas espiritistas; mas o certo é que chegou a dar-se uma aparição autêntica, nas circunstâncias que se indicam. Este é o fato; e deixamos para mais profundos psicólogos o cuidado de dar a tal mistério um mistério uma explicação satisfatória.”
“Os principais personagens cujos nomes são conhecidos eram um príncipe russo, Pomerantseff, e um sacerdote francês o Abbé Girod, que zombava de todas as teorias de aparições. Numa ceia, havida em casa do duque de Frontignan, a conversação veio a recair no espiritismo, e o duque afirmou ter visto o ‘Espírito do Amor’. O abade, céptico, acabava de pronunciar um grande sermão onde demonstrava a existência de um demônio individual; e zombava do duque, quando o príncipe afirmou que a declaração do duque não para ser vista como piada nem para assombrar os ouvintes já que ele mesmo, o príncipe, conhecia o diabo por o ter visto. ‘Vos digo, insistiu, que vi o deus do mal, o príncipe da desolação, e o que é mais, posso conseguir que outros o vejam; inclusive o Sr. Mesmo, senhor abade’”.
“Este recusou a princípio levando o caso em brincadeira, mas depois atormentado pela insistência, aceitou.”
“Foram tomadas as providências pertinentes. Naquela mesma noite o Abbé Girod, segundo o combinado, deveria encontrar-se às nove horas e meia em presença do príncipe das trevas. E tudo isto acontecia em Paris a ‘cidade – luz’, capital do mundo civilizado!...”
“Às nove e meia em ponto Pomerantseff chegou ao ponto marcado. Estava em traje de noite, mas sem qualquer espécie de adorno. Apresentava uma palidez mortal. Entraram no coche e o cocheiro, que sem dúvida havia sido instruído anteriormente acerca do lugar de seu destino, afrouxou imediatamente a rédea aos cavalos. Pomerantseff baixou os cortinados e tirando do bolso um lenço de seda, enrolou-o até reduzi-lo a uma fita estreita.”
“-Agora tenho que vendar os olhos, meu caro – disse tranqüilamente.”
“-Diacho! – exclamou o abade que malgrado seu estava ficando nervoso -. Isso me é desgradável. Sempre gosto de ver para onde vou.”
“O coche prosseguia seu caminho.”
“-Falta muito para chegarmos? – perguntou o abade.”
“-Já estamos perto – respondeu o príncipe com uma voz que pareceu ao abade sepulcral.”
“Ao cabo de meia hora pouco mais ou menos de corrida, Pomerantseff disse em voz alta:”
“-Já chegamos!”
“O coche virou e o abade escutou o chocar-se de cascos ferrados contra o empedrado de um pátio. Depois o veículo se deteve. Pomerantseff abriu por si mesmo a portinhola e ajudou o abade que continuava com os olhos tapados a descer.”
“-Há cinco degraus – disse -, tenha cuidado.”
“Atravessaram um pátio, subiram uma escada, cruzaram um vestíbulo e Pomerantseff abriu uma porta que voltou a fechar com chave. Seguiram andando. Voltou a abrir outra porta, voltou a fecha-la igualmente com chave, e o abade escutou o correr de uma grossa cortina. Pomerantseff pegou o braço do abade, o fez dar alguns passos e lhe disse baixinho:”
“-Fique onde está e não faça nenhum barulho. Confio em sua palavra de que não tirará a venda dos olhos até que ouça vozes.”
“O abade permaneceu silencioso, de braços cruzados. Ouviu Pomerantseff que se retirava, e depois repentinamente cessou todo o barulho. O infeliz o sacerdote percebeu que o local onde se encontrava não estava escuro, pois embora nada pudesse ver cria estar rodeado por uma claridade forte: sentia como que uma carícia de luz em suas mãos e faces.”
“Subitamente um ruído agudo o fez sentir um calafrio por todo o seu ser; era como o arrastar de uma cadeira pesada sobre o chão encerado. E antes que pudesse refazer-se desta primeira sensação de terror, escutou a voz de vários homens, que pareciam submersos num profundo êxtase. Estas vozes diziam:”
“-Pai e criador de todo o pecado e de todo o crime: príncipe e rei de toda angústia e de todo desespero, vem a nós!”
“O abade, a essa altura bastante assustado, arrancou o lenço que lhe cobria os olhos. Se encontrou num grande salão, mobiliado ao estilo antigo, com tabiques de carvalho. A peça estava iluminada por inumeráveis círios, colocados em candelabros. Esta luz é naturalmente suave parecia cruel em razão de sua intensidade.”
“Tudo isto ele apreciou instantaneamente, pois logo que pôde enxergar sua atenção se concentrou no grupo de homens.”
“Eram doze – Pomerantseff também se encontra entre eles – e suas idades, segundo o sacerdote podia julgar, oscilavam entre os vinte e cinco e os cinqüenta e cinco anos. Todos eles pareciam encontrar-se num mundo melhor naquele momento. Estavam de joelhos sobre o solo, as mãos unidas. Seus rostos, iluminados por um êxtase infernal, estavam metade contraídos como se sofressem e metade sorridente como se experimentassem um gozo triunfal.”
“Instintivamente o abade procurou com os olhos a Pomerantseff. Era o último da esquerda e enquanto com a mão deste lado apertava a direita de seu vizinho, com a outra acariciava o piso encerado, como se tentasse anima-lo a algo (*). Sua figura parecia menos agitada que as dos outros, embora se achasse possuído de mortal lividez e os tons violáceos de sua boca e bochechas, anunciassem uma dolorosa emoção.”
(*) N. do Trad. Bras. – Sic.
“Todos a uma entoavam uma espécie de litania extática.”
“-Oh, Pai do mal, vem a nós!”
“-Oh, Príncipe da desolação infinita, que presides a cabeceira da sujidade: te adoramos!”
“-Oh, Criador da angústia eterna!”
“-Oh, Rei dos prazeres cruéis e dos desejos famélicos: nós te veneramos!”
“-Vem a nós, pisando sobre os corações das viúvas!”
“-Vem a nós, com os cabelos manchados de sangue inocente!”
“-Vem a nós, com a fronte cingida pela sonora grinalda da dor!”
“-Vem a nós!”
“O abade sentiu seu coração apertado por uma angústia glacial diante da visão daqueles seres humanos, transfigurados pelo esforço mental, prosternados. O ar, carregado de eletricidade, parecia povoado por inumeráveis sons.”
“A temperatura baixou repentina e intensamente, e o sacerdote percebeu a presença de um recém chegado ao aposento. Afastando os olhos do grupo de homens ajoelhados, que não pareciam dar a mínima atenção a ele, Girod passeou pelo ambiente seu olhar até que encontrou o recém chegado, que completava o número de ‘treze’ dos reunidos (excetuando naturalmente que a rigor não fazia parte da reunião), que parecia ter chegado pelos ares e se materializado diante de seus olhos.”
“Era um homem jovem, não aparentando muito mais que vinte anos, imberbe como um adolescente. Seus longos cabelos louros caiam sobre seus ombros, como os de uma garota. Estava também vestido para recepção. Suas faces tinham um matiz rosado, como animadas pela embriagues ou prazer, mas seu olhar era de uma ‘tristeza’ infinita, de um ‘desespero’ indizível. Os doze homens, sem dúvida alguma conscientes de sua presença, submergiram numa ainda mais profunda adoração. Às invocações sucederam-se as orações e louvores. O abade se sentiu progressivamente possuído de um terror mortal. Seus olhos não podiam desviar-se do ‘décimo terceiro’, que se mantinha de pé tranqüilamente, com um vago sorriso errando por seus lábios; sorriso este que parecia tornar ainda mais profundo o desespero refletido em seus olhos azuis.”
“Girod se sentiu surpreendido pela beleza daquela figura, por sua tristeza e depois, pelo vigor intelectual que a carcterizava. A expressão não era propriamente de maldade, embora fosse fria; os lábios e a fronte denotavam orgulho e altivez, mas a perfeita simetria e proporções do rosto denotavam flexibilidade e força de vontade. Todo o restante só fazia ressaltar a tristeza do seu olhar.”
“Seus olhos se fixaram nos do abade, e Girod sentiu a influência sutil que penetrou nele por todos os seus poros. O terrível Décimo Terceiro só olhava para o sacerdote, enquanto os doze homens se entregavam a uma ‘oração’ cada vez mais selvagem, blasfema e cruel.”
“O abade não conseguia pensar em outra coisa que não fosse a figura que se erguia diante dele, e na tristeza que o envolvia. Não conseguiu formular uma oração embora pensasse nisso. Sera talvez porque o magnetizava o desespero que se refletia naqueles olhos azuis? Sera o desespero ou a morte? Mas a sensação era violenta e apaixonada, sem ter nada em comum com a serenidade da morte.”
“A influência dos olhos azuis, fixos sobre o abade, se fazia cada vez mais forte e o pobre sacerdote se sentia como que inundado de uma voluptuosidade terrível. Era como um êxtase de dor, que se convertia em prazer, o êxtase de alguém a quem se tivesse negado toda a esperança e que por isso mesmo, pudesse contemplar com ironia o autor de toda a esperança. Girod teve a impressão de que a qualquer momento iria sorrir diante do que experimentava, de que não iria sentir nenhum desfalescimento e um nome familiar – um nome que havia ouvido ser pronunciado várias vezes pelos doze homens, sem se aperceber disso – ressoou em seus ouvidos: ‘Cristo’.”
“Onde o havia ouvido? Não saberia dize-lo. Sabia que era o nome de um homem jovem, mas não se recordava de nada mais. Ainda ouviu outra vez o nome de Cristo. Havia também outro nome como o de Cristo, que lhe deu uma impressão de profunda paz, e ao mesmo tempo, de grande sofrimento. E não somente de paz, mas de alegria. Uma vez mais foi pronunciado o nome de Cristo; Ah! A outra palavra era ‘Cruz’; agora o recordava: uma coisa longa, com outra amis curta atravessada...”
“A visão se eclipsou. Os doze adoradores se calaram e ficaram estendidos no chão, uns junto aos outros, como entorpecidos e presas de esgotamento. Ao cabo de alguns minutos se levantaram, trêmulos e titubeantes contemplaram por alguns momentos o abade, que se sentia igualmente extenuado.”
“Pomerantseff, com extraordinária presença de espírito, se dirigiu para o sacerdote, o empurrou para a porta por onde haviam entrado e depois de a ter fechado com chave para não serem seguidos pelos demais, se assentaram por alguns momentos na antecâmara.”
“Esta retirada repentina terminou de esgota-los, física e mentalmente. O príncipe, que só parecia conservar o uso dos sentidos com um esforço mecânico, voltou a colocar cuidadosamente a venda sobre os olhos do abade, que havia conservado por todo o tempo o pedaço de tecido na mão crispada. Só quando já estavam fora, se deram conta de que haviam esquecido os chapéus.”
“-Agora não importa – murmurou Pomerantseff – seria perigoso voltar lá.”
“E empurrando o abade para dentro da carruagem que os havia esperado gritou ao cocheiro:”
“-A galope!”
“Não trocaram uma palavra durante o caminho. Chegando ao ponto de partida, e Pomerantseff tirou a venda dos olhos de seu amigo. O abade não soube dizer jamais como conseguiu chegar a sua moradia.”
“No dia seguinte teve febre alta e delirou”.
Até aqui o relato reproduzido do “Blackwood Magazine”.
Ao que tudo parece indicar o “Décimo Terceiro” personagem, tão belo, tão inteligente, tão firme e orgulhoso, e ao mesmo tempo tão cheio de desespero, era o mesmo que as lojas conhecem sob o nome de “Hiram” e que a Revelação Divina nomeia como Satanás, Lúcifer, o Arcanjo Decaído da Luz.
A outra aparição teve igualmente lugar em França. O Reverendíssimo Padre Alexandre Vincent Jandel, mestre geral da Ordem dos Pregadores, pregava em Lyon, antes de ser nomeado pelo Papa Pio IX para tão elevado posto. Sentiu-se um dia presa do desejo de mostrar aos fiéis a virtude do sinal da cruz; e pregou longamente sobre o tema. Ao sair da catedral aproximou-se dele um homem que lhe disse:
“-O Senhor crê deveras no que acabou de dizer?”
“-Se não acreditasse nisso não o ensinaria aos demais – respondeu o reverendo -. A virtude do sinal da cruz é reconhecida por toda a Igreja.”
“-Deveras? –Murmurou seu interlocutor com ar de assombro -. E o Sr. Crê nisto? Pois bem. Escute o que vou lhe dizer: eu sou maçom e não acredito, mas fiquei profundamente surpreso com o que o Sr. Acaba de ensinar aos que ouviam. E vou propor-lhe que ponha à prova a eficácia deste sinal. Todas as noites nós nos reunimos na rua tal, número tal, e o próprio demônio convém em presidir nossas oficinas. Venha o senhor numa noite comigo. Ficaremos na porta da sala, e o Sr. Fará o sinal da cruz sobre a assembléia. Assim eu poderei verificar se o que disse é verdadeiro.”
“-Tenho uma fé absoluta na virtude do sinal da cruz – respondeu o Pe. Jandel – mas não posso aceitar sua proposta sem ter meditado serenamente sobre ela. Dê-me três dias para refletir.”
“-Quando o Sr. Quiser provar sua fé estarei a suas ordens – respondeu o maçom -. E deu o nome e endereço completos ao dominicano.”
O Pe. Jandel se entrevistou imediatamente com o Mons. De Bonald e lhe perguntou se deveria aceitar o desafio em nome da Cruz. O arcebispo convocou vários teólogos e discutiu com eles durante bastante tempo os prós e os contras desta decisão. Todos concluíram de acordo em que o Pe. Jandel deveria aceitar.
“Ide, filho meu – disse Monsenhor De Bonald ao reverendo Jandel, abençoando-o -. E que o Senhor vá convosco.”
Quarenta e oito horas restavam ao padre Jandel para a prova, e as passou orando, mortificando-se e recomendando-se às orações de seus amigos. Ao cair da tarde do dia designado, estava batendo à porta do maçom. Este o esperava. Nada podia revelar no Padre um religioso. Estava vestido com um traje secular; só trazia, oculta entre suas roupas, uma grande cruz.
Saíram e em pouco tempo chegaram a seu destino: uma vasta sala luxuosamente mobiliada. Detiveram-se à porta. Pouco a pouco a habitação se foi enchendo de gente; todos os assentos iam ser ocupados, quando apareceu o demônio, em forma humana. Então Pe. Jandel, tirando do peito a cruz que levava oculta, a ergueu com as duas mãos formando sobre a concorrência o sinal da cruz.
Um raio que tivesse caído dentro do aposento não teria sido mais inesperado, mais súbito, mais cegante. As velas se apagaram, os assentos se voltaram uns sobre os outros, os presentes fugiram. O maçom conduziu o padre e quando já estavam longe, sem ter percebido de que modo escaparam às trevas e à confusão, o maçom se deixou cair de joelhos diante do dominicano.
“-Creio! – lhe disse, creio! Rogue por mim! Converta-me! Escute-me em confissão!”
Tal é o fato, conforme foi referido em vários órgãos da imprensa religiosa.
E ainda podemos oferecer um outro exemplo.
“Um oficial francês, jovem, recém afiliado à maçonaria, ia pronunciar seus últimos juramentos e receber a última iniciação numa trans-loja. Os irmãos se haviam reunido para a lúgubre cerimônia quando, de improviso, apareceu entre eles um demônio sob forma humana, em que pese as portas e janelas estarem cuidadosamente fechadas.”
“Diante desta visão o oficial se sobressaltou e pensou: ‘Visto que o diabo existe, então também existe Deus!’ O pensamento da justiça divina se apresentou ao mesmo tempo diante de seu espírito aterrado e ele não se atreveu a ir mais além; a misericórdia infinita de Deus o esperou até este momento e a graça tocou seu coração.”
“Após sua conversão, deixou o Exército e entrou no noviciado de uma Ordem religiosa. Ordenado sacerdote consagrou longos anos aos trabalhos das missões estrangeiras. Voltou à França e foi superior de uma comunidade durante algum tempo. Ao tempo em que foi escrito isto ainda vivia, e o fato a que se refere este relato foi narrado por ele mesmo ao Padre Jourdan de la Pasardiére, Superior dos Oratorianos de São Phelippe Néri.”
Não queremos multiplicar as histórias deste gênero. Não seria senão uma continuação da história da magia negra que se repete em todos os séculos, embora suas formas sejam distintas conforme os tempos.
A maçonaria é herdeira direta das antigas superstições diabólicas, assim como da demonologia do antigo paganismo.
Neste sentido, compreendemos as palavras do Presidente ao iniciante do último grau, o trinta e três: “Antes de revelar-te o ‘segredo supremo’ que faz ‘nossa força’ e torna eterna a maçonaria (pois Satanás não morre jamais) hei de rogar-te, irmão, que nunca te afastes dos princípios essenciais sobre os quais descansa toda a organização maçônica. O primeiro princípio é que ‘o poder vem de baixo.’” (1).
(1) P. Rosen: “Satanás”, pág. 278.
Jesus Cristo ensina o contrário ao dizer a Pilatos: “De nada te serviria teu poder sobre mim, se não te fosse dado do alto.” (2).
(2) São João. XIX, 11.
4 – A Kabala judaica e o espiritismo moderno.
O moderno espiritismo não é nada mais que a necromancia antiga. Este erro funesto se baseia na suposição de que não há diferença entre as almas e os espíritos dos defuntos. Seo demônio pode disfarçar-se de “Anjo da Luz”, também pode tomar forma de um morto. Seu objetivo, que não se altera, é enganar aos homens. As almas dos defuntos, não tendo corpo, não podem agir sobre a matéria.
Os espiritistas, a fim de impedir que se reconheça os rastros de Satanás nos fatos espiritualmente sobrenaturais de sua doutrina, se vêem forçados e explica-los mediante a presença de certo corpo aéreo, que se manifesta nas almas humanas, antes e depois de sua existência neste mundo material.
Também aqui, como em todos os demais ramos da magia negra, é necessário procurar as raízes na kabala judaica.
É no livro do Zohar que encontramos o que os modernos espiritistas designam com o nome de “perespírito”.
Além da tripla alma que corresponde à tripartição do Homem primordial, o homem recebe do alto uma certa “forma modelo” de seu corpo com os traços individuais que distinguem este corpo do dos demais homens. “É ela que nos recebe em nossa primeira chegada a este mundo; se desenvolve conosco quando crescemos, e segue conosco ainda quando deixamos a terra.” (1).
(1) Zohar, III. Ver Franck, op. cit., pág. 176.
Diz-se que esta doutrina não foi inventada pela judiaria de Babilônia, mas que foi recebida dos persas que chamam a esta forma “Fravaschi”, palavra que mais tarde se corrompeu em “Ferver” e “Frohar”. Isto é um erro. O “Farvandin Yascht”, o capítulo XXIX do Kordah-Avesta, e o Yasna XXIII, assim como outras passagens do Zend-Avesta, nos dá uma idéia que o homem desde que chega a este mundo e o acompanham à outra vida, depois de sua existência.
Inclusive os povos têm seus “Fravaschi”. Portanto, o conceito que deles podemos formar é semelhante ao dos anjos da guarda. “Se os poderosos Fravaschi dos homens puros, não lhes dispensassem sua proteção (...) o progresso do mundo corporal aos Drujas.” (1).
(1) Farvandin-Yascht, XII.
Os “ferver” dos persas não correspondem às “idéias” de Platão, nem a esta forma kabalística que os espiritistas modernos chamam “princípio individual”. (2).
(2) Franck: op. cit., pág. 176.
Os espiritistas quiseram provar a existência do “perespírito” mediante: primeiro, a impossibilidade em que se acharia um espírito puro, como a alma humana, de agir diretamente sobre a matéria grosseira de seu corpo – asserção totalmente gratuita. Segundo, a necessidade de admitir um vínculo entre o corpo e a alma que pertença por sua origem à matéria, e por sua sutileza ao espírito – absurda afirmação da existência de uma substância material composta e inteligente, e ao mesmo tempo espiritual, simples e inteligente. Terceiro, a asseveração de que este “perespírito” está formado do éter universal – asseveração duplamente falsa, pois nem a existência nem a natureza desse éter universal foram jamais provadas, e mesmo se tivesse sido estabelecida, isso não bastaria para explicar os fenômenos tanto ordinários como extraordinários, das relações existentes entre o corpo e a alma.
Os espiritistas se vêem também obrigados a provar a existência desse “perespírito” mediante as autoridades das Sagradas Escrituras, os Padres da Igreja e os decretos dos Santos Concílios, mas já demonstramos em outro lugar (3) que todas as suas supostas provas são errôneas ou estão baseadas em falsificações ou interpolações dos textos.
(3) “La lutte de l’enfer contre le ciel. Conférences sur les superstitions anciennes et modernes”. Port Louis, 1890.
Quanto à relação que existe entre o espiritismo e a maçonaria, não é difícil estabelecer, depois das revelações de Leo Taxil sobre as lojas andróginas. Vista a conexão essencial deste ramo da magia diabólica com as doutrinas da Kabala e as evocações que acabamos de citar, é absolutamente certo que as sociedades espiritistas estão em relações amistosas e familiares com as “trans-lojas” onde se pratica o culto ao Baphomet, à Serpente e a Lúcifer.
FIM DO PRIMEIRO VOLUME
(Em anexo, as figuras que nos pareceu mais apropriado apenas xerocar.)
Nota do Tradutor Brasileiro –
Conforme já tive oportunidade de afirmar a presente obra é a mais completa e abrangente sobre a momentosa questão Judaísmo – Maçonaria que já tive a oportunidade de encontrar. Infelizmente ela foi editada em sua versão em castelhano (que é a que tenho em mãos) de maneira bastante relapsa (acidental ou propositadamente?) e por isso grande número de trechos tiveram seu sentido mais ou menos truncado. Tentei corrigi-los conforme o sentido da oração, mas não feliz em todas as oportunidades. Esses lapsos são mais freqüentes nas notas de pé de página.
Cabe acrescentar aqui que uma vez que fui obrigado a realizar este trabalho nas horas de folga e com a maior rapidez possível, não se pode descartar que haja numerosos erros na presente versão datilografada que são devidos a minha própria imperícia. Pelo que peço antecipadamente desculpas.
Por outro lado, e como uma máquina de escrever comum não conta com os mesmos recursos de uma impressora, vi-me obrigado a improvisar. Assim, por exemplo, trechos que o autor havia colocado em itálico para melhor frisar sua importância, foram reproduzidos entre haspas; sendo, portanto difícil diferencia-los dos que já estavam no original assim. Em geral o sentido permite a diferenciação; pelo menos na maioria dos casos, creio.
Dequalquer forma o valor didático desta obra é inestimável. Lamentavelmente não estamos presentemente em condições materiais para editar integralmente como seria preciso; mas em todo caso a confecção de uma série de apostilas reproduzindo as passagens mais valiosas e impactantes poderá ser providenciada, com resultados altamente positivos.