domingo, 6 de junho de 2010

A CIÊNCIA CONTRA A FÉ


Raul Leguizamon
Reflexões não acadêmicas, heterodoxas, incrédulas e blasfemas sobre a relação entre a Verdadeira Ciência e a Fé Evolucionista

“A ciência deve, pois, começar com a crítica dos mitos”

Karl Popper



INTRODUÇÃO:



Os dogmas da fé são muito difíceis, se não impossíveis – de refutar com argumentos científicos. A história da humanidade sempre  comprovou isso.
Nosso tempo certamente não escapa a essa regra, já que na atualidade, como em todas as épocas uma boa quantidade de pessoas segue crendo obstinadamente em coisas, não só desprovidas de qualquer significado científico como também em franca contradição com o conhecimento científico que hoje possuímos
Para dar um exemplo, entre tantos existentes,  me referirei a insólita crença atual de muita gente – curiosamente muitos deles cientistas-, de que o homem descende do macaco. Sim senhor: Macaco. Assim mesmo!
Porque temos que saber  que  o tão pensado e manuseado “antecessor comum” do homem e do macaco, de quem falam muitos cientistas e divulgadores, não pode  ser outro senão o macaco. O suposto “antecessor comum” seria chamado certamente macaco por qualquer que o visse, afirmava o ilustre paleontólogo da universidade de Harvard, George G. Simpson. É covarde,  senão desonesto, dizer outra coisa, argumentava Simpson. É desonesto, argumento eu.
De maneira que todos os esforços dos antropólogos e investigadores desse tema, não se dirigem, em absoluto, a elucidar objetivamente e sem prejuízos, de que modo se originou o homem, mas sim de que macaco o fez.

Em outras palavras: o postulado de nossa origem simiesca é uma convicção da qual se parte e não uma conclusão a qual se chega.
Pois bem, essa convicção que muitos cientistas e divulgadores sustentam com fúria (até a ponto de mostrá-la ao público como um feito científico e comprovado!), é por definição, algo que está fora do campo da ciência experimental que se embasa, precisamente, na observação e reprodução experimental do fenômeno  estudado. Coisas evidentemente impossíveis  nesse caso.
De modo que, se respeitamos o significado das palavras, esta crença da origem do homem a partir do macaco, é somente uma hipótese de trabalho, uma suposição, uma conjectura, mais ou menos razoável, mais ou menos coerente, mais ou menos desatinada, mas sempre de caráter hipotético. Não somente não demonstrada, mas sim , ainda mais – por definição -, indemonstrável. E ciência é demonstração.
O que a ciência pode legitimamente fazer a esse respeito, é abordar o tema de forma indireta, isto é, examinando a suposta evidência científica que demonstraria a transformação do macaco em homem e, sobretudo, o mecanismo que se propõe para explicar essa transformação, para ver se o dito mecanismo está  em coerência ou em contradição com as leis científicas bem estabelecidas, ou ao menos com a sensatez.
Em outras palavras, se a ciência não pode dizer-nos como foi realmente a origem do homem – por ser isso metodologicamente impossível -, pode sim, dizer-nos, como não pode ter sido esta origem.
Esclarecido esse ponto, digamos que o que hoje vemos (base do  método científico) é que os homens originam-se de homens, e que os macacos geram macacos. Por conseguinte, e em razão do princípio científico do uniformismo metodológico, segundo o qual o presente explica o passado, é legítimo supor que os homens sempre se originaram de homens e nunca de macacos. São os cientistas que sustentam o contrário (isto é, que alguma vez os macacos geraram homens ou que se transformaram em tais) que levam o peso da prova. Ou seja, os que deveriam levá-lo, se esse tema fosse tratado com o mínimo de rigor e honestidade científica.
Como não o é, resulta que, paradoxalmente se aceita como dogma de fé (em  nome  da ciência, ora!) que o homem descende do macaco; e a partir deste dogma se interpretam e manipulam os dados científicos.
Mas por que – cabe perguntar-se – essa convicção tão categórica sobre nossa origem? Quais são os fundamentos científicos para tanta certeza?  Como expressei acima, não existem fundamentos propriamente científicos. A razão determinante e fundamental pela qual muitos autores crêem que o homem se originou a partir do macaco, é porque eles aceitam cegamente a hipótese evolucionista-darwinista, que assim afirma. E ponto.
         Não obstante, como numerosos cientistas e divulgadores, “charlatões cósmicos” da TV, revistas muito “interessantes”, livros diversos nos saturam diariamente com as “evidências científicas” que “demonstram” a origem simiesca do homem, vale a pena analisarmos sucintamente estas supostas evidências, “angustiantes”, segundo os mais  fervorosos crentes da hipótese evolucionista-darwinista.



 

SEMELHANÇAS




Pois bem leitor, ainda que você, como bom profano no tema -  tanto quanto eu -, nunca tenha se dado conta, ou o que é mais provável, nunca lhe tenha dado a menor importância, o fato é que entre homens e macacos existem semelhanças.
De acordo com essa sensacional descoberta – que tira o fôlego, realmente - existem semelhanças entre macacos e o homem. Efetivamente, temos dois olhos como os macacos, quatro extremidades, estômago, fígado, pulmões, coração com quatro cavidades, sangue quente (depende...) etc.
Se você continua obstinada e ceticamente crendo que tudo isso não significa absolutamente nada, e que existe, apesar das semelhanças, um abismo entre o homem e o macaco, creia-me que está em boa companhia, já que milhares de cientistas, e cada dia mais, em todo o mundo, têm exatamente a mesma opinião.
E são milhares, estimados leitores. O que ocorre é que sua opinião não chega até nós, pois sobre esse tema existe uma censura feroz! Isto sim é um tribunal da  inquisição! Os cientistas que não aceitam o “dogma darwinista” são inexoravelmente excluídos dos âmbitos acadêmicos e dos meios de difusão.
Mas os crentes na hipótese da origem simiesca do homem, que são ainda – tenhamos isso muito presente -, os que têm o controle político, financeiro e acadêmico, insistem com místico fervor nas semelhanças.

O Elo Perdido


Insistem, pois, não somente nas semelhanças atuais, que demonstrariam, em todo caso que os macacos são, de acordo com a hipótese darwinista, nossos “primos”, mas também, e sobretudo, nas semelhanças fósseis, que certificam a existência do rebelde  “antecessor comum”, isto é, um macaco em vias de se fazer homem: o célebre “Elo Perdido”, que já não existe, segundo dizem, mas que em um tempo, há muitos anos, parece que sim.
Este mítico “Elo Perdido”, assim que gerou o homem, teria  desaparecido; ninguém tem a mais remota idéia do porquê.  Mas muito temo que  o haveria feito para não arcar com a tremenda responsabilidade de haver gerado algo tão perigoso e inadaptado como o que o acusam de ter gerado: a ovelha negra da família verdadeiramente...
De qualquer forma, a excelsa dignidade desta sublime relíquia (o “Elo perdido”), despertou muito fervor entre muitos cientistas que há mais de um século tem feito inumeráveis peregrinações para achá-lo..
A busca do “Elo Perdido” tem sido, e é, o alfa e o Omega da antropologia. Mais ou menos como os cavaleiros do Rei Artur com o Santo Gral.
E qual é o critério para dizer se um fóssil é o famoso “Elo perdido”? Pois é muito fácil: todo fóssil de macaco que tenha semelhanças com o homem é – até que se prove o contrário – o “antecessor comum”.

Fósseis


E ainda que você não acredite leitor, existem, definitivamente, fósseis de macacos que mostram semelhanças com o homem. É assim. Alguns fósseis de macacos têm incisivos e caninos menores que outros macacos, em forma semelhante aos do homem. Isto constitui, para muitos investigadores, uma “demonstração” de que esses macacos haviam sido nossos antepassados, sem ter em conta – ao que parece – que existem macacos viventes (o Baduíno Gelada, sem ir mais longe) que também tem incisivos e caninos pequenos – como o homem -, sem deixar, por isso, de ser um pêlo menos macaco que seus congêneres.
Inclusive o antropólogo Clifford Jolly afirmou, há mais de 20 anos, que as ínfimas variações de tamanho e forma dos dentes de um animal são simplesmente um produto da adaptação deste a um tipo especial de dieta e que estão desprovidas de todo significado genealógico.
Outros fósseis de macacos parecem indicar que os ditos seres caminhavam em forma aproximadamente ereta (bípede), com a qual se conclui, triunfalmente, que esses macacos estavam fazendo-se homens.
O que geralmente muitos autores esquecem de esclarecer ao público é que vários macacos atuais (Hilobates Moloch, Pan Paniscus, entre outros) caminham de forma aproximadamente ereta. Mas, que eu saiba, nenhum desses simpáticos primatas manifestou o mínimo sentimento de assombro, nem de júbilo, nem de horror (!) sequer (o que seria muito mais lógico), ante a impressionante aventura de estarem se transformando em seres humanos.
Mas, me diga algum leitor, o que se passa com o famoso Homem de Neanderthal, o Pitecantropus Erectus, o Australopitecus africanus? Não são esses verdadeiros “homicídios”, antepassados do homem?
Vamos por partes: para começar, digamos que o Homem de Neanderthal não é certamente um “homínido”. Apesar da “difamação antropológica” darwinista (a expressão é do famoso antropólogo americano Ashley Montagu), que o mostrou durante cem anos (e ainda hoje em dia!) como um bruto semicurvado, de aspecto feros e estúpidos, tacape ao ombro e protegido  em sua caverna, hoje é um fato universalmente aceito que o Homem de Neanderthal era completamente Sapiens, embora com algumas características  degenerativas produzidas por enfermidades (artrite e raquitismo) e por circunstâncias ambientais adversas.
Apesar desse fato a respeito do caráter do Homem de Neanderthal ser conhecido desde 1957, ainda hoje é freqüente encontrar sua representação semibestial; e não somente em livros e revistas de divulgação. Não! Por exemplo, o modelo semibestial do Homem de Neanderthal foi recentemente retirado do Museo Field de História Natural de Chicago em 1975. Será que foi jogado no lixo? (lugar que lhe correspondia!). Pois não, foi retirado do primeiro andar (origens do homem) e colocado no segundo, juntamente com os dinossauros, com uma legenda que indica: “modelo alternativo do Homem de Neanderthal” (!). Cabe destacar que a seção dos dinossauros é a mais visitada, em especial por crianças e jovens dos colégios... Este é um exemplo acabado da “honestidade científica”, que dizem...
A respeito os assim chamados “Homus Erectus” (Pitecantropo e Sinantropo), haveria muito que dizer. Dos descobrimentos originários que deram lugar a este grupo taxonômico,  um deles, o Homem de Java (Pitecantropus Erectus), havia sido, segundo o próprio descobridor, E. Dubois – pura e simplesmente um macaco (gibón) de grande tamanho. O outro, o Homem de Pequim, tem todas as aparências de ter sido outra das tantas fraudes que se cometem com esse tema. Os supostos “Homus Erectus” descobertos mais recentemente na África (Leakey e Walker,1984) pela descrição seriam Neanderthals, isto é: Sapiens.
Em relação aos tão pensados Australopitecos da África (incluindo Lucy) desde já lhe esclareço, leitor, que estes seres são definitivamente macacos; não existe discussão a respeito: um metro de estatura; capacidade craniana entre 500 e 600 cm3. (como o chipanzé, por exemplo; a do homem é ao redor de 1500 cm3.); forma do crânio “espantosamente simiesca” (Lord Zuckerman); capacidade para balançar-se dos galhos  melhor que a do orangotango (Charles Oxnard), etc.
Todos os outros sobre os quais se escuta ou lê (Ramapiteco, Drypiteco, Kenyapiteco, Sivapiteco, etc.), são todos, sem exceção, nada mais que pura e simplesmente macacos.
O problema é que o termo “homínido” designa, precisamente, a qualquer macaco que caminhava mais ou menos bipedamente, ou que seu descobridor sustente que caminhava, e que têm dentes mais pequenos que os outros macacos. Com isso já é suficiente para graduar-se como homínido e para que seu descobridor (ou inventor) se transforme da noite para o dia em um Julio César da antropologia.
A respeito desses critérios, não por serem muito exagerados, já que com apenas um dente, um pedacinho de mandíbula ou um pedaço de crânio, um antropólogo pode reclamar estatus de homínido para sua descoberta.
Em última instância, um homínido é qualquer coisa que um antropólogo batize como tal... Inclusive um Homo sapiens, como ocorreu com o Homem de Neanderthal!
Ainda que logo existam relações ou refutações, o fato é que na história da antropologia abundam os exemplos de homínidos criados desta maneira. Basta recordarmos, por exemplo o famoso Homem de Nebrasca, criado em 1922 com base em um dente molar, que logo se descobriu que pertencia a um pecari
Nas ilustrações da época apareciam o senhor e a senhora Homem de Nebrasca, com seus dois filhos, menino e menina por certo – uma família, digamos – indumentária: “tanga”, naturalmente; habitação: caverna, lógico; tacape para o homem; ela amamentando, etc. Tudo isso, repito, com base em um molar de pecari, espécie de porco  selvagem americano.
A partir de 1960 e durante 20 anos, o antropólogo David Pilbeam, sustentou que o Ramipiteco era um homínido, baseado em um par de dentes e uns pedacinhos de mandíbula.  Em 1984 mudou sua opinião, e crê agora que é um macaco qualquer. Mas enquanto isso seu publicado Ramipiteco valeu  a Pilbeam passar de professor de antropologia da Universidade de Yale a de Harvard (nada menos!). Isto, se não demonstra bem a evolução do Ramipiteco, ao menos prova a “evolução” de Pilbeam.
Em 1980, o famoso antropólogo americano Noel Boaz chamou  de clavícula de um homínido ao que logo que constatou que era uma costela de um Golfinho (!).  Segundo este antropólogo, a forma da clavícula sugeria que o ser em questão era um chimpanzé que caminhava ereto. Como haveria ele batizado este “homínido”? “Flipperpiteco” talvez?
Em 1984, teve que ser cancelado às pressas um congresso internacional de Antropologia na Espanha, onde iria ser apresentado à sociedade o recentemente descoberto Homem de Orce (Andaluzia), por descobrir-se que o fragmento de crânio encontrado pertencia, na realidade, a um burrico.
Finalmente, a lista é longa. E é talvez por isso que Sir Solly Zuckerman, uma das maiores autoridades mundiais em anatomia, em seu livro Beyobd the Ivory Tower nega o caráter científico de todas essas especulações sobre os fósseis, comparando o estudo dos supostos antepassados fósseis do homem com a percepção extrasensorial  (!), no sentido de ambas atividades estarem fora do registro da verdade objetiva, e onde qualquer coisa é possível para o crente das ditas atividades.

Moléculas:

Como todo  este assunto dos fósseis era tão fraco que não resistia, nem resiste, ao menor exame crítico, os crentes na hipótese da origem do homem decidiram buscar novos horizontes de investigação para poder demonstrar a hipótese. E assim apareceu o argumento das semelhanças moleculares.

Antes de prosseguir, acho conveniente fazer um esclarecimento categórico: todos esses argumentos, baseados em  semelhanças para estabelecer parentescos, são somente sofismas, pois parecido e parentesco são duas coisas completamente diferentes. O fato de que os indivíduos aparentados tenham geralmente semelhanças, não autoriza, de modo algum, a concluir que indivíduos (ou espécies) com semelhanças sejam necessariamente aparentados.
Sustentar o contrário, isto é, que a semelhança por si mesma constitui uma prova de parentesco, é uma proposição que, estou seguro, nenhum biólogo aceitaria defender, já que pelo bem conhecido fenômeno da convergência biológica, estruturas e funções praticamente idênticas podem desenvolver-se em indivíduos ou espécies não relacionados geneticamente. De maneira que toda a argumentação baseada em semelhanças, para provar parentesco, necessita de fundamento científico.
Mas voltemos as semelhanças moleculares. Há vários anos, alguns cientistas, com um tom deliciosamente jubiloso, demonstraram que existem algumas moléculas (proteínas e ácidos nucléicos) semelhantes entre os homens e o chimpanzé. Com a qual ficava “demonstrado” que o homem era parente próximo deste antropóide. E o alvoroço foi indescritível. Mas durou pouco. E em breve se transformou em uma verdadeira catástrofe, entre outras coisas porque as árvores genealógicas entre o homem e o macaco propostas pelos biólogos moleculares estavam em franca contradição com as árvores genealógicas propostas, baseadas nos fósseis, pelos paleontólogos.
Santo Céu! Claro, os novos investigadores não se imaginavam, nem remotamente em que se metiam. Com ingenuidade própria das crianças – afinal de contas, deles é o reino - se balançaram, exultantes de regozijo, a buscar semelhanças moleculares para demonstrar, esta vez sim, “cientificamente”, como havia sido a trajetória, do macaco ao homem.
Quando começaram a se dar conta, já era tarde. Porque o que encontraram colocava por terra todas as supostas árvores genealógicas construídas pacientemente pelos antropólogos, em anos e anos de imaginativo trabalho. Uma verdadeira tragédia evolutiva.
Tantos anos colecionando um ossinho aqui, outro acolá, alguns dentes aqui, para armar a “evidência” de nossa origem; tantos anos a fabricar modelos em massa (totalmente imaginários) de nossos “antepassados” (vestimenta, corte de cabelo, cor da pele e hábitos de trabalho e matrimoniais incluídos); tantos anos manipulando dados radiométricos, fazendo desaparecer os fósseis “heréticos”, e dizer que “não encaixavam” na hipótese;  tantos anos comunicando a todos, desde a cátedra eminente, até o livro de divulgação, como e quando o macaco havia se transformado em homem..., agora resultava que teriam que mudar tudo! Isso não está direito!
E não era para menos. Por começar, segundo os antropólogos moleculares (Vincent Sarich e Allan Wilson, sobretudo) o macaco e o homem se haviam separado do “antecessor comum” há apenas cinco milhões de anos; enquanto os antropólogos fósseis (os que se dedicam aos estudos dos fósseis, claro) haviam demonstrado até fartar-se que a separação havia ocorrido há uns vinte ou trinta milhões de anos (!).
Esclareço-lhe, leitor, que isso de “milhões de anos” são especulações baseadas na hipótese darwinista. Não existe nenhuma evidência científica séria de que estes milhões de anos realmente existiram. Os menciono simplesmente para mostrar as grosseiras incoerências desta hipótese, a partir dos dados de seus próprios aderentes.
Alguns, sobretudo entre os antropólogos fósseis, exclamaram: heresia!, e começaram a brandir ameaçadoramente seus ossos. Os moleculares,  protegidos  por detrás de suas provetas , ameaçavam com represálias de um exército de  mutantes.
O problema é que, para saber que coisa é heresia, é imprescindível conhecer primeiro o que é a ortodoxia. Vale dizer, deve necessariamente, existir uma teoria solidamente estruturada e uma autoridade que a proclame. Mas se cada antropólogo fabrica sua própria árvore genealógica, segundo sua própria imaginação, baseado em que pode censurar a imaginação de outro antropólogo? Se qualquer coisa é “ortodoxia”, nada é heresia.
De qualquer maneira, os moleculares ganharam a primeira batalha, e a maioria dos antropólogos fósseis terminou aceitando as cifras propostas por Sarich. Como a hipótese darwinista – por não ser científica – é tão plástica que permite “explicar” qualquer coisa, o sangue não chegou ao rio.
Mas fuçando e mexendo com as moléculas, as mais insólitas descobertas começaram a aparecer.
A hemoglobina (proteína dos glóbulos vermelhos do sangue), por exemplo, estabeleceu um enigmático problema. É certo que está presente no homem e nos macacos, o qual provocou um júbilo no limite do transe místico (parece que alguns chegaram à “visão unitiva” com Darwin). O problema é que está presente também em todos os vertebrados. Aqui os aplausos começaram a diminuir, e até houve algumas vozes que aconselharam prudência.
Mas não faltam os imprudentes, seja por um excesso de fervor e falta de uma adequada orientação espiritual, ou talvez por algum resto de espírito científico que os impulsionou a tratar de ser coerente; não faltaram, digo, aqueles que seguiram as investigações e encontraram que a dita cuja hemoglobina – exatamente a mesma classe de molécula – aparecia nas minhocas da terra, nas lesmas, em alguns insetos e inclusive em algumas bactérias (!)
Que horror! E não era para menos: a hemoglobina não aparecia em forma gradual e progressiva, aperfeiçoando-se cada vez mais à medida que ascendia na escala zoológica – como seria de se esperar se a hipótese evolucionista fosse certa – mas sim aparecia perfeita em algumas bactérias, logo desaparecia e voltava a aparecer nas lesmas, nas minhocas, etc., sem experimentar nenhuma modificação evolutiva.
Não havia absolutamente a mais remota possibilidade de encaixar estes achados em nenhuma árvore genealógica que se possa imaginar. E isso que a imaginação é a faculdade mais desenvolvida nos cientistas evolucionistas.
Praticamente os mesmos resultados se obtiveras com base nos estudos realizados com a proteína do citocromo C. Não existem diferenças “evolutivas”, isto é, aumento de sua complexidade, entre o citocromo C das bactérias e do resto dos seres vivos (!)
Mas a coisa não termina aí! A outro investigador ocorreu  fazer o mesmo com  outra molécula de proteína humana, fascinante, chamada lisozima e que está presente nas lágrimas, para defender o olho das infecções. Pobre homem! Creio que sofreu uma grave crise de (darwinista), que somente pode superar graças a prolongados jejuns, flagelações e uso de instrumentos de penitência.
E com justa razão; pois de acordo com seus brilhantes trabalhos com a lisozima, este cientista (Richard Dickerson) demonstrou que o parente mais próximo do homem é... a galinha!
E assim, todos os estudos efetuados sobre diversas moléculas (insulina, mioglobina, fator liberador do hormônio luteinizante, relaxina, etc.) produziram árvores genealógicas totalmente diferentes e contraditórias.
Não existe sequer dois estudos efetuados baseados nas moléculas que tenham produzido árvores genealógicas semelhantes!
Isto representa o colapso total da hipótese evolucionista, disse valentemente o brilhante biólogo molecular australiano – esclareço que ele é evolucionista – Michael Denton, em seu estupendo livro “Evolução: A Teoria em crise”.
E a catástrofe segue ampliando-se.  Baseado nos estudos efetuados sobre a composição química do leite (um líquido tão complexo e fundamental como o sangue), o animal mais próximo ao homem é o burro.
Isto me agrada mais, pois vendo o que escrevem muitos investigadores a respeito desse tema, me dá a impressão, não somente que viemos do burro, mas que faz muito pouco tempo que nos separamos dele. Ainda que pensando bem, creio que sou injusto com o burro, pois, se pudesse falar, estou seguro que não diria disparates deste calibre. Uma coisa é a ignorância, e outra é a insensatez.
Por outro lado, nosso parente mais próximo, com base no estudo dos níveis de colesterol, seria uma variedade de cobra (gartner snake) e, com base no antígeno A do Sangue, seria uma variedade de feijão (butterbean)
Por fim, todos os seres vivos estão constituídos basicamente pelas mesmas – ou semelhantes – moléculas, pela simples razão de que os mecanismos vitais assim o exigem; evidentemente salvo que não podem ser exatamente as mesmas moléculas as de um peixe, por exemplo – que vive na água – e as de um ser que vive sobre a terra.
Por isso é que o mundo dos seres vivos não têm nada a ver com as árvores genealógicas; isto é pura fantasia, o mundo dos seres vivos é um mosaico no qual elementos semelhantes (moléculas, estruturas, funções, etc.) se entrelaçam para formar os distintos gêneros ou espécies, sem que isto signifique que derivem uns dos outros.
Como em um quadro, no qual  o artista não necessita utilizar uma cor diferente para cada figura, mas variando as proporções e as formas, pode, com poucas cores, representar muitas figuras.
Assim, no mundo dos seres vivos, as moléculas (estruturas e funções) se dispõem em um padrão mosaico ou modular e não em um padrão arbóreo.
O modelo mosaico se limita a manifestar que os elementos materiais se repetem em muitos seres vivos, sem tentar estabelecer supostos parentescos incoerentes. O modelo árvore genealógica pretende estabelecer parentescos, com base em determinadas semelhanças, e termina fatalmente no absurdo. O padrão mosaico é ciência; as árvores genealógicas são fantasia.
Por isso é que na natureza podem dar-se multidão  de seres vivos com relativamente poucos elementos materiais. Mas pela proporção e a forma na qual estão dispostos, originam seres essencialmente distintos, apesar das semelhanças.
Por isso - repito – é que a semelhança não prova parentesco.       

Comportamentos:

Mas os autores evolucionistas, que parecem não entender essa explicação, insistem com as semelhanças. E dispostos a buscá-las, alguns antropólogos se lançaram a comparar padrões de comportamento (que é, sem dúvida, tão “válido” como comparar ossos com moléculas).
O assunto tem seus antecedentes pela década de 20, quando um biólogo (Crookshank, darwinista certamente) sugeriu que os negros (não os nossos, mas os da África) descendiam do gorila, por que se assentavam no chão da mesma maneira que faz esse antropóide. Que tal o raciocínio, leitor? Os mongóis, ao contrário – e pela mesma razão – descenderiam do orangotango.
É evidente que esse argumento não é mais aceito pelos antropólogos; entre outras razões, porque os negros e mongóis agora possuem cadeiras para sentar-se.
Mas não acredite, leitor, que essas especulações pertencem à “pré-história” da antropologia. Na realidade, digam o que disserem, a época de ouro do darwinismo foram aqueles saudosos anos. Não somente porque não se tinha a menor idéia de genética, biologia molecular e todos estes malditos avanços científicos que foram, pouco a pouco, sufocando o vôo imaginativo dos investigadores darwinistas, mas também porque  naquela  época os darwinistas eram sinceros e tinham coragem para dizer o que pensavam, agradasse a quem agradasse.
Assim, o biólogo Klaatch dizia que os negros descendiam dos gorilas, os mongóis do orangotango (coincidindo isso com Crookshank) e os caucasianos do  chimpanzé; como se vê, leitor, nada de “antecessor comum”.
É mais, oh! Boas épocas nas quais se exibiam – segundo a ordem evolutiva – o crânio de um gorila, logo o do homem de Neanderthal (que nessa época era considerado pouco mais que um macaco erguido),  logo o de um negro, logo de um irlandês (!) e logo, evidentemente,...o de um inglês. A evolução chegava assim a perfeição...
Parece que todos os  povos submetidos ao domínio colonial britânico eram sub-homens, comentava em sua habitual ironia o já desaparecido antropólogo americano Loren Eiseley.
David Pilbeam, atual professor da Universidade de Harvard, crê ver na conduta dos chimpanzés suficientes semelhanças com a do homem, como para sugerir que estes primatas são os seres mais estreitamente relacionados conosco. Jeffrey Schwartz, professor da Universidade de Pittsburg, vê essas vantagens, ao contrário, no orangotango.
Isto de encontrar semelhanças na conduta dos símios e dos homens têm causado uma profunda indignação entre os primeiros, que se sentem grosseiramente, caluniados por semelhantes comparações. “Nós cumprimos fielmente a lei natural, ao contrário dos que fazem os humanos”, dizem justamente indignados os símios.
Em relação a isso, entendo que vai se realizar um congresso internacional de macacos – sem diferenças de sexo, raça nem religião -  a fim de negar explícita e formalmente qualquer parentesco conosco. Temo muito que as conclusões dos antropóides sejam mais sensatas que as dos antropólogos.
Enquanto isso, um obscuro personagem da cidade de Córdoba, Argentina, (se bem nada mais que um diletante, e bastante desequilibrado, certamente) crê ver notáveis semelhanças no comportamento de muitos seres humanos com certas espécies de répteis; as serpentes, sobretudo.

A Linguagem

Relacionado com a conduta, há outra linha de investigação que, se bem não tem muito adeptos, há muito anos suscitou grande entusiasmo entre os investigadores neste tema. Refiro-me ao problema da linguagem, essa capacidade maravilhosa, única, exclusiva do ser humano, de expressar seu pensamento de forma articulada e simbólica, que marca uma distância abismal entre ele e os animais.
Os pensadores (cientistas e não cientistas) de todas as épocas sensatas entenderam que havia aqui um mistério inabordável, um prodígio sem precedentes, e se limitaram a aceitar o fato que confirmava, uma vez mais, que o homem é um ser único na natureza.
Mas apareceu a hipótese darwinista, que transformou o mundo científico na cidadela de estupidez e a cegueira (se levamos a sério o que dizia Bernard Shaw), e logo não faltaram os investigadores que, coerentes com a hipótese, se disseram: se descendemos dos macacos e somos capazes de falar, então os macacos também devem Ter essa capacidade, ao menos em potência. Logo, se nós temos o trabalho de ensinar-lhes, eles também serão capazes de falar.
E dito e feito. Realizaram-se experimentos: Lana (uma chimpanzé), Washoe  (um chimpanzé), Koko (um gorila) e Sara (chimpanzé).
O mais famoso foi o realizado pelo matrimônio Lachman com Lana. Durante vários anos, esses investigadores se encerraram diariamente na jaula com Lana, tratando, com  abnegado e fervoroso afinco, de ensinar-lhe as “primeiras letras”.
Desconheço francamente se estes cientistas aprenderam a grunhir corretamente; é certo que dia a dia, aumentava seu repertório de grunhidos, mas, como poderiam saber se esses grunhidos, segundo os macacos, eram corretos? O que se sabe é que Lana, apesar dos esforços, não conseguiu articular nem uma só palavra. Quem dera palavra!, nem  sequer alguma forma de comunicação simbólica que fosse algo além de uma resposta condicionada, tais como as que podem lograr nos pássaros, ratos, ou  vermes, como sentenciou categoricamente J. B. Skinner, a “autoridade” nesses temas.
Agora digo eu, por que esses investigadores, em vez de tratar tão esforçada quanto infrutífera tarefa de ensinar a falar a um macaco, não empreenderam na muito mais fácil tarefa de ensinar a falar o único animal que é capaz de fazê-lo? (e em vários idiomas!). Sim leitor, por que não elegeram ao Papagaio? Eis aqui outro rotundo exemplo do padrão mosaico ou modular do qual falávamos. Um animal que, inclusive nas imaginárias árvores genealógicas evolucionistas, não tem nada a ver com o homem, compartilha com ele esta singularíssima capacidade de emitir sons articulados.
Por que não escolheram o Papagaio? Muito simples: porque o papagaio, de acordo com a hipótese darwinista, não é nem remotamente antepassado do homem, mas sim o seria da mulher. Mas isso não tem suficiente respaldo científico.

Seguem As Semelhanças...

Isto nos mostra, mais uma vez, que as semelhanças entre o macaco e o homem, nas quais tanto se insiste, são semelhanças selecionadas de acordo com a hipótese evolucionista. As semelhanças que não se encaixam na hipótese, não são mostradas.
Deste modo, como acabamos de ver, na capacidade de emitir sons articulados, característica altissimamente peculiar do homem, somos semelhantes ao papagaio. Quanto a forma, tamanho relativo e posição dos órgãos internos (as vísceras), o animal mais parecido com o homem não é certamente o macaco, mas sim o porco (em outros aspectos também...) De acordo com a estrutura do pé, o animal mais parecido com o homem é o urso polar. De acordo com o tamanho e forma do cérebro (não somente maior, mas também com um grau de cefalização – isto é, franco predomínio do lóbulo frontal, sede das atividades psíquicas superiores – muitíssimo mais avançado que os símios), o animal mais parecido com o homem é o golfinho. Nos nossos hábitos alimentícios (omnívoras), somos muito mais semelhantes, novamente ao porco e ao rato (não tire conclusões , por favor) que aos macacos, a maioria dos quais são frutíferos. E seguiria uma longa lista de etcétera. Tudo isso só vem a corroborar com o que venho dizendo: semelhança não prova parentesco.
Mas há ainda mais. Os cientistas que insistem com o tema do parentesco entre o macaco e o homem – baseado nas semelhanças, e que não provam absolutamente nada, como vimos – equiparam, devido a sua darwinista, parente com antepassado. Mas isto, insisto, em razão da darwinista, que nos revela que viemos do macaco.
Mas inclusive aceitando, aos finos argumentos de que somos parentes do macaco, não poderiam os macacos ser nossos descendentes?
Se isto lhe soa como disparate, leitor, lhe esclareço que compartilho de sua postura; mas creia-me que é muito menos disparate que o contrário. De fato, o feto do macaco e o macaco recém nascido têm muito mais semelhanças com o feto e o recém nascido humano que os macacos adultos. É dizer, as características típicas dos macacos vão acentuado-se com o tempo. Desde já que isto não prova nada; mas se lhe damos importância ao argumento do parecido, sejamos pelo menos coerentes e apliquemos-lo sempre, e não unicamente quando favorece a hipótese que queremos demonstrar.
Não lhe fica a menor dúvida, leitor, de que se o feto  ou o recém nascido humano tiveram características simiescas, isto seria demonstrado clamorosamente como uma demonstração “contundente” de nossa origem a partir do macaco.
Que o macaco seja nosso descendente é , como se diz, um disparate; mas muitíssimo menor do que sustentar que é nosso antecessor. Pela simples razão de que é infinitamente mais lógico e científico fazer que o inferior descenda do superior, do que o inverso.
De fato, existiram e existem destacados antropólogos e primatólogos (Otto Schindewolf, Van der Horst, Westenhöfer, de Snoo, Wood Jones, Geoffrey Bourne e muitos outros mais) que aproximadamente sustentam essa postura; isto é, que o “antecessor comum” haveria sido um ser muito mais parecido com o homem do que com o macaco e que dele haveriam derivado, mais ou menos horizontalmente, o homem e, por degeneração, os macacos atuais. É dizer que a “evolução” produziria “involução”.
Por certo que estes antropólogos não têm a mais remota idéia a respeito da origem desse suposto “antecessor comum” – quase idêntico ao homem -; mas neste sentido, estão em melhor posição os antropólogos darwinistas?, têm eles, por acaso, a mais remota noção de onde se originou o macaco ancestral? Em absoluto, não.
Embora abundem as especulações, o certo é que ninguém tem a mais pálida idéia de onde se originaram os macacos! O qual chama certamente a atenção; pois como pode ser que todos os pesquisadores de fósseis que vivem encontrando restos de macacos, supostamente antecessores do homem, nunca encontrem antecessores do macaco?!? Será que este se originou por geração espontânea?, ou veio de outro planeta? Como pode ser que todo resto de macaco encontrado seja antepassado do homem? Será que o macaco não tem antepassados?
Não, leitor. Não os têm; o mesmo que o homem. Quando aparecem os macacos, são isso, perfeitamente macacos. Quando aparece o homem, é homem como nó. Isto é o que mostra o estudo sério e sem prejuízos dos restos fósseis: aparição súbita e com plena perfeição do homem, do macaco e de todas as espécies animais e vegetais.
Esclareço-lhe, leito, que o consenso é unânime neste sentido. Nenhum paleontólogo sério no mundo pode mostrar um só exemplo de “elo intermediário” das centenas ou milhares que fariam falta para dar forma às imaginárias "árvores genealógicas” evolucionistas. Ao máximo se limitam a expressar sua convicção (darwinista) de que serão encontrados no futuro (o mesmo que Darwin dizia há mais de um século). É questão de seguir cavando...


A SELEÇÃO NATURAL





Mas analisemos agora algo sumamente importante em relação a este tema: o mecanismo que explicaria a transição do macaco ao homem. Porque se não existe um mecanismo que explique mais ou menos racionalmente essa transição, adeus hipótese darwinista (disse Darwin).
Pois bem, existem expressões que adquirem um poder de sugestão tão grande que anulam a razão e possibilitam a captação mística da realidade, os “mantras” dos budistas, por exemplo. A darwinista tem, naturalmente, seus “mantras”, e talvez o mais importante deles seja a famosa e toda-poderosa “Seleção Natural”.
Esta “explica” não somente a transição do macaco ao homem (isto é só um detalhezinho), como também a origem de todas as espécies animais e vegetais de nosso planeta. Sim, senhor. Mas com uma condição: que você não pergunte o que é. Vale dizer, qual seja sua natureza. A Seleção Natural explica tudo, com a condição de que não se tente entendê-la racionalmente. Em questões de fé, nunca há de racionalizar o mistério.
Se você, como recalcitrante homem de pouca darwinista, tenta buscar uma definição mais ou menos coerente do que é a Seleção Natural, não vai encontrá-la. O que encontrará são dezenas de balbucios incoerentes a respeito. Cada cientista a “define” como quer. Na realidade, quase nunca a definem; limitam-se simplesmente a invocá-la.
Quando tentam dar uma definição, fala – mais ou menos “ex-cátedra” -  de reprodução  diferencial, isto é, alguns indivíduos (os mais “aptos”) têm maior descendência, e estes são favorecidos pela Seleção Natural; enquanto que outros (menos “aptos”) têm menor descendência e são eliminados.
O problema é que – por não existir um critério que diferencie os mais ou menos aptos – o expressado  acima se converte, automaticamente, em uma tautologia; ou seja, um raciocínio circular que não explica nem define nada, e confunde tudo.
Para dizê-lo de outra forma: os indivíduos mais “aptos” têm maior descendência. E porque tem maior descendência? Porque são mais “aptos”... A tautologia é óbvia. Tão óbvia que até alguns darwinistas (Waddington, por exemplo) se deram conta. Como será!
E a razão de porquê a Seleção Natural darwinista não se pode definir com um mínimo de rigor (nem definir, nem observar, nem determinar a intensidade de sua ação, nem preceder seus efeitos) é que ela na realidade não existe. Trata-se somente de uma metáfora para dizer que alguns indivíduos vivem mais que outros (Que novidade!) e, supostamente tem maior descendência.
Como? Que a Seleção Natural é uma metáfora? Mas, quem se atreve a proferir semelhante blasfêmia? Pois o próprio Darwin, ora!, na “Origem das espécies”, capítulo quatro. E ali mesmo coloca o seguinte: “no sentido literal da palavra, a Seleção Natural é um termo falso”.
Como se vê, Darwin não era tão “darwinista” quanto seus seguidores. O que ocorre é que os darwinistas crêem em Darwin, mas não o lêem. E isto constitui de modo algum uma exceção, querido leitor, isto é uma constante do ser humano. Quantos marxistas lêem Marx? Quantos liberais a Rosseau? Quantos cristãos as Sagradas Escrituras (Bíblia)?
São os cientistas antidarwinistas que lêem Darwin. Os darwinistas simplesmente crêem nele.
Mas ainda tomando a expressão Seleção Natural no sentido metafórico, como uma “coisa” (que na realidade não existe) que explicaria a “sobrevivência dos mais aptos” fixe, leitor, que o resultado é exatamente o contrário do que supõe os evolucionistas. Porque se fosse assim, a Seleção Natural favoreceria, por exemplo, a sobrevivência dos “melhores” macacos; isto é, faria que os macacos fossem cada dia menos macaco e mais homem! Isto é um disparate.
O que acredito que sucede em relação a esse ponto, é que em muitos investigadores existe, talvez de forma inconsciente, a íntima convicção – produto de antigas crenças – de que o homem é um ser superior ao macaco; ou seja, mais “evolucionado”, mais “perfeito”. Mas desde o ponto de vista meramente biológico, isto não é certo. Para nada!
O macaco não é um primata imperfeito, que chegará a perfeição quando “evoluir” até o homem. De forma nenhuma; o macaco, enquanto macaco, é perfeito. Todos os seres vivos são perfeitos em seu plano. Mais ainda, do ponto de vista estritamente biológico e, mais precisamente, do ponto de vista darwinista, o macaco é francamente superior ao homem (os ratos muito mais ainda). A demonstração é muito simples leitos: abandonemos um homem e um macaco no meio da selva e vejamos quem tem maior capacidade de sobrevivência. A lenda de Tarzan, embora divertida, é puro conto. Exatamente igual  à hipótese darwinista, da qual é filha.
O homem não pode subir em árvores como o macaco, não pode defender-se do sol nem do frio sem roupas, nem das variações do tempo sem teto; necessita cozinhar seus alimentos, etc., etc. Certamente o homem é muito “superior” ao macaco pela sua inteligência, mas essa não pertence,  em sentido estrito, a biologia. O que pertence a essa ciência é o cérebro, mas não a inteligência que se expressa através do cérebro, mas não a inteligência, que se expressa através do cérebro, mas não se identifica com ele, como escreveram Bergson, W, Penfield, R. Sperry, C. D. Broad e Sir John Eccles, entre outros.
Inclusive, isto da inteligência é muito, mas muito relativo, leitor; pois quando ela supera o nível mínimo de astúcia indispensável para explorar impunemente o próximo, se transforma, decididamente, em um fator anti-sobrevivência. Quem sobrevive melhor, um esperto ou um pensador, um agiota ou um artista, um sem-vergonha ou um trabalhador, especialmente no “primeiro mundo”?
E isto, falando dos humanos. Que nos aconteceria no mundo animal! Imaginemos por um instante que, graças a algum milagre darwinista, um pobre macaco começasse  a desenvolver certas características humanas; que começasse, por exemplo, a emocionar-se ante um pôr do sol; a estremecer-se – como Pascal – contemplando as estrelas; a escrever (fazer poemas à macaca dona de seu coração e que seguramente lhe haverá dado um chute); a interrogar-se sobre sua origem e seu destino... O macaco que tivesse a singular desgraça de desenvolver qualquer dessas características, seria inexoravelmente aniquilado pela Seleção Natural.
Tem muito mais possibilidades de sobreviver – de fazer um bom dinheiro - um homem fazendo-se macaco, que um macaco fazendo-se homem..., como vemos todos os dias, desgraçadamente, nesse grande circo no qual estamos imersos.
A Seleção Natural, ainda usada em sentido metafórico, faria que os seres vivos se mantivessem sempre fiéis ao tipo, eliminando aos que se desviem dele. Este seria o sentido correto da expressão Seleção Natural; expressão que, por certo, não foi criada por Darwin –como muitos crêem, e como ele mesmo se encarregou de fazer crer -, mas sim, vinte e quatro anos mais tarde pelo naturalista inglês Edward Blyth, quem a usava no sentido que assinalei mais acima.
Para o leitor interessado em ver como Darwin ocultou deliberadamente qualquer menção de E. Blyth, depois de apoderar-se de seu conceito e de modificar seu sentido, me permitiu recomendar-lhe o fascinante livro do já desaparecido e famoso antropólogo americano Loren Eiseley: Darwin And The Misterious Mr. X.
A chamada Seleção Natural é uma metáfora que indica a ação (imprecisa, aleatória, impossível de determinar e quantificar) de um conjunto de fatores na natureza, que faz com que os seres vivos permaneçam sempre fiéis ao tipo:os peixes, peixes; os anfíbios, anfíbios; os répteis, répteis; os macacos, macacos, e os homens, homens. A respeito dos homens a Seleção Natural pareceu não estar muito ativa ultimamente...
Apresso-me em esclarecer que este efeito da Seleção Natural (estabilizador ou conservador do tipo) já foi reconhecido – ainda que resmungando– por vários cientistas darwinistas (Simpson, Maynard Smith, G. Willams, R. Lewontim y R. Leakey, entre outros). Usada no sentido contrário, isto é, como “algo” capaz  de transformar uma espécie em outra, é um conceito absolutamente errôneo.
E isto é assim, leitor, porque as características de todo o ser vivo estão rigorosamente programadas – até o último detalhe – em nível de código genético; isto é, no conjunto da informação hereditária que se transmite dos progenitores a sua descendência e que faz com que cada ser vivo somente possa gerar -  de forma inexorável – outro ser vivo da sua mesma espécie, e absolutamente nenhuma outra coisa.
Para que um ser vivo pudesse gerar outro ser vivo essencialmente distinto, haveria que modificar totalmente seu código genético (!). E a Seleção Natural jamais pode fazer isto, pela simples razão de que ela “atua” (metaforicamente, se entende) sobre o organismo já formado e não sobre seus genes; ou como dizem os biólogos, ela atua sobre o fenótipo e não sobre o genótipo.




AS MUTAÇÕES:


Mas, e as mutações?, Perguntar-me-á algum leitor. Não podem as mutações modificar o código genético?
Ah! As mutações... Este é outro dos sagrados “mantras” do darwinismo (na realidade do neodarwinismo). Este “mantra”, junto com a Seleção Natural, explica também a origem de todos os seres vivos; mas com a mesma condição: a de não analisá-la cientificamente.
Do ponto de vista científico, as mutações são alterações ao acaso na composição química dos genes, isto é, na complexa molécula de ácido desoxirribonucléico (DNA), onde está codificada a informação hereditária.
Agora bem, numa estrutura altamente complexa, uma modificação ao acaso tende inevitavelmente a deteriora-la. Para melhora-la, teria que ser capaz de aumentar essa ordem; e o acaso - por definição – não pode melhorar nem criar ordem. Somente uma inteligência pode fazer isto.
Por isso é que 99% das centenas de milhares de mutações estudadas foram danosas, prejudiciais, deteriorantes  ou letais. No melhor dos casos, foram neutras, ou porque o gen “alelo”, ou seja, o que vem do outro progenitor, supre a função do gen danificado pela mutação, ou porque a mudança foi tão insignificante e não afetou a vitalidade do organismo.
As supostas mutações “favoráveis” de que falam alguns cientistas, não são quase nunca verdadeiras mutações; são somente uma manifestação da vitalidade genética que tem o nosso organismo, que faz com que, em certas circunstâncias, se expressem genes que já estavam presentes – ainda que reprimidos – porque seu funcionamento não era necessário.
Mas ainda no caso de existirem mutações favoráveis, com isso não fazemos absolutamente nada. Pois a hipótese evolucionista necessita, imprescindivelmente, não mutações favoráveis, mas sim transmutações!, ou seja, mutações criativas, capazes de produzir novidades biológicas (olhos, plumas, sangue quente, etc.), que expliquem a aparição das distintas espécies biológicas, desde a ameba até o homem. E isto sim é que é pura fantasia; e fantasia disparatada, irracional e anticientífica.
A impossibilidade de que as mutações (atuando ao acaso) possam produzir sequer um órgão novo, de deriva, fundamentalmente de seu caráter prejudicial e de sua escassa freqüência. Além do mais, para poder transmitir a descendência, têm que afetar às células germinativas e ser dominante, ou seja, prevalecer sobre o gen alelo, para ter algum efeito. Tudo isto diminui ainda mais sua freqüência. Mas há outro problema; para que apareceria um órgão novo, as mutações “criativas” (que são, como temos visto, puramente imaginárias; as que a ciência conhece são todas nocivas ou no máximo neutras) teriam que se colocar em cadeia e integrar-se em um mesmo segmento do cromossomo para poder somar-se e dar origem, assim, a um órgão novo, que não se produziria pela ação de uma mutação, mas sim de milhares delas.
Para produzir um olho, por exemplo, todas as mutações teriam que  afetar o conjunto de genes que regem essa função. Agora bem, isto estabelece uma impossibilidade estatística absoluta, que foi exaustivamente analisada por autores do nível de E. Borel, C. Guye, Lecomte du Nöuy, G. Salet e outros.
Até aqui desenvolvi o argumento de que as mutações, seguindo o esquema da hipótese evolucionista, para demonstrar ainda assim, é totalmente impossível que as mesmas possam criar novidades biológicas e transformar assim as espécies.
Mas a questão é muitíssimo mais grave, ainda. E aqui há de se abandonar o dogma darwinista para passarmos a realidade; ou seja, abandonar o terreno da fantasia e passar ao da ciência.
Porque a pseudociência darwinista não tem lugar nos seus esquemas para o conceito de organismo, ou seja, um conjunto de estruturas integradas que funcionam como um todo. Herdeira, por fim, do mecanismo cartesiano, a hipótese evolucionista pensa em termos de partes. E assim os darwinistas crêem ser possível que um organismo se pode ir modificando por partes que, ao somar-se, produziriam sua transformação em outro organismo. Mas isso é puro desatino, ignora a grande lei biológica do “tudo ou nada”.
De que serviria a um macaco, por exemplo, desenvolver pernas de homem, sem desenvolver simultaneamente pélvis de homem? De que lhe serviria uma pélvis de homem, sem coluna vertebral de homem? Como pode haver mão de homem, com braço, antebraço e ombro de macaco? Como pode haver coluna vertebral de homem, sem crânio de Homem e vice-versa?
Todas essas estruturas, ou aparecem simultaneamente e em estado de plana perfeição, ou não servem para nada; pelo contrário, são um estorvo para sua sobrevivência. Isto se aplica, certamente, a todos os organismos vivos.
E para que isso aconteça, tem que modificar todo o código genético, de forma simultânea e sem um só erro. Para isso, deveria ocorrer uma mutação gigantesca, uma reorganização radical de todo o código genético, dirigido e especificado até os mais mínimos detalhes, para produzir um ser vivo capaz de funcionar, isto, é, de viver. O qual constitui um milagre maior do que ressuscitar um morto.
Isto, que havia sido semeado na década de 30 pelo insigne biólogo e paleontólogo alemão Otto Schindewolf, encontrou, em seu mais exímio defensor Richard Goldschimidt, um dos três ou quatro geneticistas mais eminentes do século.
Em meados da década de 40, R. Goldshimidt, ardente evolucionista, depois de ter dedicado praticamente toda sua vida ao estudo das mutações, apesar de crer na tranformação de uma espécie em outra, conclui dizendo que é absolutamente impossível explicá-la mediante o mecanismo das mutações.
Publicou um livro (The Material basis of Evolucion) e um artigo (American Scie., 40:97, 1952) de um rigor científico exemplar, onde demonstra de modo absoluto o caráter totalmente anticientífico de todas essas bobagens a respeito das mutações.
Ninguém, absolutamente ninguém, foi capaz de refutar as conclusões de Goldschimidt nesse sentido.
A comunidade científica, como geralmente sucede, Não fez o menor caso das conclusões deste investigador. Seguiram – e seguem -  cheios de ânimo, falando besteiras sobre as mutações, sem ter, sequer, o trabalho de analisar seus escritos, nem os de muitos outros autores que sustentam o mesmo.




CONCLUSÃO:



Como vê, leitor, nessa sucinta análise do tema, somente tratei de esboçar os problemas que propõe a transformação de um macaco em homem, desde o ponto de vista meramente biológico.
Não mencionei – salvo de relance – o problema capital da inteligência humana, que marca uma diferença com o macaco não de grau, como sustentam os darwinistas, mas de natureza, já que este problema não pode nem sequer estabelecer-se nesse contexto.
Pretender explicar a inteligência humana a partir de mutações ao acaso atuando sobre o cérebro de um macaco é, simplesmente, não saber do que se está falando. Ou, ao contrário, sabê-lo demasiadamente bem.
Em suma: alguns macacos têm incisivos parecidos com os nossos; outros caminham de forma aproximadamente ereta. Algumas moléculas dos macacos são similares às nossas (e de que queriam os evolucionistas que fôssemos feitos? De plástico por acaso?)
A Seleção Natural, qualquer coisa que isso seja, significa que sobrevivem os indivíduos mais fiéis ao tipo (o qual conserva a espécie, não a transforma). E as mutações são absolutamente incapazes de explicar sequer a aparição de um órgão novo (novidade biológica).
Onde está a suposta evidência científica de que o homem se originou do macaco? Certamente em parte nenhuma. É somente um dogma de fé. De darwinista.
E já sabemos que frente à certeza da fé, nenhum argumento racional é efetivo.

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Attikis, Greece
Sacerdote ortodoxo e busco interessados na Santa Fé, sem comprometimentos com as heresias colocadas por aqueles que não a compreendem perfeitamente ou o fazem com má intenção. Sou um sacerdote membro da Genuina Igreja Ortodoxa da Grecia, buscamos guardar a Santa Tradição e os Santos Canones inclusive dos Santos Concílios que anatematizam a mudança de calendário e aqueles que os seguem, como o Concílio de Nicéia que define o Menaion e o Pascalion e os Concílios Pan Ortodoxos de 1583, 1587, 1593 e 1848. Conheça a Santa Igreja neste humilde blog, mas rico no conteúdo do Magistério da Santa Igreja. "bem-aventurado sois quando vos insultarem e perseguirem e mentindo disserem todo gênero de calúnias contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos pois será grande a vossa recompensa no Reino dos Céus." "Pregue a Verdade quer agrade quer desagrade. Se busca agradar a Deus és servo de Deus, mas se buscas agradar aos homens és servo dos homens." S. Paulo. padrepedroelucia@gmail.com